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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

D. Sancho I, o primeiro rei poeta?


Ninguém sabe bem, mas há estudiosos que defendem que D. Sancho não só se interessou por poesia como também a escreveu. Será dele esta cantiga de amigo, escrita em galaico-português. Pois é, meninos, a língua portuguesa propriamente dita, ainda não existia de forma independente.


Português moderno
Ai eu, coitada, como vivo
em grande cuidado por meu amigo
que tenho longe!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ai eu, coitada, como vivo
com grande desejo por meu amigo
que tarda e não vejo!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Português antigo
Ay eu, coitada, como uyuo
en gram cuydado por meu amigo
que ey alongado!
muyto me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ay eu, coitada, como uyuo
en gram desejo por meu amigo
que tarda e non uejo!
muyto me tarda
o meu amigo na Guarda!
(retirado de https://www.estudioraposa.com/index.php/category/poetas/d-sancho-i/)

Não resisto a deixar aqui a composição de um cantor que muito aprecio, Amancio Prada, que musicou várias canções de amigo, entre elas esta que se atribui ao nosso rei D. Sancho I.




sexta-feira, 31 de março de 2017

DIA MUNDIAL DA POESIA

Foi há dez dias. Mas a poesia é de todos os dias.

Camões. Este ano elejo Camões! 

Verdes são os campos,
De cor do limão:
Assim são os olhos 
Do meu coração

Verts sont les champs,
Couleur citron:
Ainsi sont les yeux
De mon coeur.

Greens are the fields,
De colour of lemons:
So are the eyes
Of my love




Estas traduções foram retiradas da Wikipedia, a grande enciclopédia dos tempos modernos! O saber ao alcance de todos, ao alcance da mão, à distância de um click. Mas não me parece mal. Notemos o pragmatismo da língua inglesa que nos dispensa a interpretação do último verso. É da sua amada que Camões fala. Para quê disfarçar?

Camões, desenho de J., 8 anos
Esta ideia foi despoletada por este extraordinário desenho do J. 
E não é Camões o grande poeta conhecido pelo mundo inteiro? Pois, não dá nome a nenhum aeroporto, não se chama C. R. nem se sabe se alguma vez chutou numa bola (de trapos...)... Algum menino, hoje, sabe o que é uma bola de trapos???

retirado de http://angolainterrogada.blogspot.pt/2010/07/os-donos-da-bola.html

E como não podia deixar de ser, a música de Zeca Afonso a reforçar o lirismo do poema. Os pais dos meus netos aprenderam desde muito cedo esta canção. E os meus netos também. 

Deixo aqui a interpretação do Zeca e uma outra de que também gosto muito, a da Teresa Silva de Carvalho.






terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Cantiga D'embalar Avozinhas

Banda do Casaco, 1976. 40 anos tem este álbum. Dei a conhecer à C. e ao J.. A Morgadinha fez sensação. Dá para cantar e para pular. No carro, que é onde ouvimos este CD. O Fungagá foi ficando para trás...
A seguir à Morgadinha, a escolha recai na Cantiga D'embalar Avozinhas...

Mal sabia eu, há muitos anos, quando cantarolava a Morgadinha dos Canibais, que ainda havia era de aprender a Cantiga D'embalar Avozinhas...

A Morgadinha é a primeira, a Cantiga da Avozinha é a última...


Faz ó ó avozinha 
O papão foi-se embora
Avozinha já não chora






Isto é de avó, de filha, de neta...(que post tão longo, mas Lorca merece) (2)

http://avonews.blogspot.pt/2012/08/isto-e-de-avo-de-filha-de-neta.html

Esta publicação continua a de 2012 (foi só há 4 anos...)

Gosto da repetição. Das coisas que têm poder de renovação, que nunca nos cansam por mais que as ouçamos, que as leiamos. Das coisas que se preenchem de sentido cada vez que as revisitamos. Das coisas que não se esgotam com o tempo, antes se dilatam. Como o amor.

Descobri (nunca é tarde para as boas descobertas) esta interpretação de Sílvia Péres Cruz. Acho-a absolutamente única. Diria que esta é a interpretação. Este é o poema. Esta é a canção.


domingo, 30 de novembro de 2014

O Cante Alentejano é Património Imaterial da Humanidade!

Se antes já não duvidava que alguma vez os meus netos haviam de ouvir as belas canções alentejanas, agora tenho a certeza!

Sou daquelas avós que há muito descobriu e se encantou com o belo cante!!!

Deixo aqui esta interpretação da Gota de água pela Ronda dos Quatro Caminhos


Também gosto tanto da letra...

Fui à fonte beber água
Achei um raminho verde
Quem o perdeu tinha amores
Quem o perdeu tinha amores
Quem o achou tinha sede

Dá-me uma gotinha d’água
dessa que eu oiço correr,
entre pedras e pedrinhas
entre pedras e pedrinhas
alguma gota há-de haver

Alguma gota há-de haver
Quero molhar a garganta
Quero cantar como a rola
Quero cantar como a rola
Como a rola ninguém canta

A água da fonte corre
Limpa, clara, fresca e pura 
assim correm os meus olhos
assim correm os meus olhos
 para a tua formosura

Dá-me uma gotinha d’água
dessa que eu oiço correr,
entre pedras e pedrinhas
entre pedras e pedrinhas
alguma gota há-de haver



Alguma gota há-de haver
Quero molhar a garganta
Quero cantar como a rola
Quero cantar como a rola
Como a rola ninguém canta


letra retirada de http://curlyadereaoblog.blogs.sapo.pt/tag/cante+alentejano, mas adaptada por mim à seleção feita pela Ronda dos Quatro Caminhos




O mar enrola na areia

Hoje, o Tomás, ao ver num livro o mar, começou logo a cantar....



versão infantil

Agora cantada por Jorge Palma (não sei porquê, mas não via nada esta canção a ser cantada por este cantor...). Mas fica interessante! Diferente da velha versão da Tonicha e da toada dita popular.


E agora a letra, muito completa, retirada de http://amusicaportuguesa.blogs.sapo.pt/238859.html

O mar enrola na areia
Ninguém sabe o que ele diz
Bate na areia e desmaia
Porque se sente feliz.


O mar enrola na areia
Ninguém sabe o que ele diz
Bate na areia e desmaia
Porque se sente feliz.


O mar também é casado, ai
Até o mar tem mulher
É casado com a areia, ai
Pode vê-la quando quer.


O mar também é casado, ai
Até o mar tem filhinhos
É casado com a areia, ai
E os filhos são os peixinhos.


O mar enrola na areia
Ninguém sabe o que ele diz
Bate na areia e desmaia
Porque se sente feliz.


O mar enrola na areia
....

Ó mar tu és um leão, ai
A todos queres comer
Não sei como os homens podem, ai
As tuas ondas vencer.


Ó mar que te não derretes, ai
Navio que te não partes
Ó mar que não cumpristes, ai
O que comigo tratastes.


O mar enrola na areia
....
(repete)
Ouvi cantar a sereia, ai
No meio daquele mar
Tantos navios se perdem, ai
Ao som daquele cantar.


Até o peixe do mar, ai
Depenica na baleia
Nunca vi homem solteiro, ai
Procurar a mulher feia.


O mar enrola na areia
...
(repete)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Fernando Pessoa na voz de José Afonso

Não tenho a certeza, mas creio que este poema entrou na minha vida com a música do Zeca.



O video apresenta um comboio como deve ser, mas eu acho que o comboio de Queluz à Cruz Quebrada, descendente ou ascendente, deveria ser mais deste estilo...

Aldeia de José Franco (Sobreiro de Mafra)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

sábado, 4 de janeiro de 2014

Lopes-Graça


Lopes-Graça é autor de uma obra coesa e marcante, onde se fala não apenas do «ser português» mas da própria essência do ser humano, nas suas alegrias e nas suas tragédias. Suportando heroicamente e a seu próprio custo todos os obstáculos, fez música e pensou sobre a música em Portugal, confiante em que outros iriam juntar as suas vozes à dele. Ofereceu um exemplo público de integridade, advogando pela democratização de uma arte que, ainda hoje, parece estar vedada ao grande público. Era impossível que o mundo da infância não lhe interessasse. E, no entanto, para aqueles em quem a imagem de Lopes-Graça se resume às Canções Heróicas e às harmonizações corais de música tradicional, pode resultar surpreendente a ternurenta figura que se define através da audição das peças incluídas neste cd.
A séria «militância da cultura» (na expressão de António Pedro Pita) deste compositor contrasta nitidamente com estes deliciosos e expressivos momentos musicais. Lopes-Graça deixou neles a sua assinatura inconfundível, dedicando-os às crianças mas também, como é o caso de Aquela Nuvem e Outras, aos adultos que não se esqueceram de ser crianças.»
Teresa Cascudo
Texto integrado no livro que acompanha o CD



Surpreendente Lopes-Graça!
Vamos ver como o J. reage a estas canções.
Para quem conhece de trás para a frente «O carnaval dos animais» e «Pedro e o Lobo», sendo capaz de interpretar com entusiasmo, quer o rugir do leão, quer o ralhar do avô...
Tudo se pode esperar!



terça-feira, 20 de agosto de 2013

O som do silêncio

Mais outra grande canção. A fazer 50 anos. Nasceu em 1964, na década dos sonhos.


Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again
Because a vision softly creeping
Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone
'Neath the halo of a street lamp
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence

And in the naked light I saw
Ten thousand people maybe more
People talking without speaking
People hearing without listening
People writing songs that voices never shared
No one dared
Disturb the sound of silence

"Fools," said I, "you do not know
Silence like a cancer grows
Hear my words that I might teach you
Take my arms that I might reach you"
But my words like silent raindrops fell
And echoed in the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon god they made
And the sign flashed out its warning
In the words that it was forming
And the sign said "The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls
And whispered in the sound of silence"

Run run run não é uma canção de embalar

Não sei a quem lembraria achar que isto é uma canção de embalar...
No entanto, é assim que a ouço, principalmente na bela interpretação dos
Inti-Illimani. Ouço uma canção de embalar? Então, é uma canção de embalar.



En un carro de olvido,
antes de aclarar,
de una estación del tiempo,
decidido a rodar.

Run-Run se fue pa´l Norte,
no sé cuándo vendrá.
Vendrá para el cumpleaños
de nuestra soledad.

domingo, 18 de agosto de 2013

Grande canção (outra)

A crónica do poeta Tolentino Mendonça na Revista do Jornal Expresso deste fim de semana relembrou-me a bela canção de Violeta Parra. Há algum tempo, também o historiador José Mattoso lhe tinha feito referência. Na altura, o G. até passou a letra, a manuscrito, para uma folha de papel branca. Para ler, entoar e saborear. É bom, às vezes, estarmos gratos à vida. Ser capaz de ver o essencial. Distraímo-nos tanto com a espuma, que esquecemos a água límpida e as correntes profundas. Apesar de tudo, e como lembra Tolentino, Violeta Parra acabou com a vida. Não chega. Nada chega, em momentos de solidão e desamparo. 

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco,
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el oído que, en todo su ancho,
Graba noche y día grillos y canarios;
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
Y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario,
Con él las palabras que pienso y declaro:
Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados;
Con ellos anduve ciudades y charcos,
Playas y desiertos, montañas y llanos,
Y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano;
Cuando miro el bueno tan lejos del malo,
Cuando miro el fondo de tus ojos claros.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que forman mi canto,
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos, que es mi propio canto.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.


Grande canção

"Bésame mucho", um dos boleros mais conhecidos, foi escrito em 1940 pela compositora mexicana  Consuelo Velázquez.
O resto da história, já sabemos. Grande canção, grandes intérpretes.
Mais uma canção com passado, que o mesmo é dizer, com futuro.
Por isso, mais tarde ou mais cedo, os meus netos ouvi-la-ão com prazer.

Bésame, bésame mucho
Como si fuera esta noche
La última vez

Bésame, bésame mucho
Que tengo miedo perderte,
Perderte después.

Quiero tenerte muy cerca
Mirarme en tus ojos
Verte junto a mi
Piensa que tal vez mañana
Yo ya estaré lejos
Muy lejos de tí.

Bésame, bésame mucho
Como si fuera esta noche
La última vez

Bésame, bésame mucho
Que tengo miedo perderte,
Perderte después.

Escolho Cesaria Évora


E nestas voltas pelo youtube, descubro que os Beatles têm uma interpretação desta canção. Inconfundível, para quem pudesse adivinhar o seu percurso.
Na nota de quem colocou o vídeo lê-se:
This is one the songs The Beatles played for their audition for Decca Records on January 1st, 1962. Though the performance by Paul is extraordinary and the harmonies by George and John are razor sharp and as tight as they ever were The Beatles were rejected and another band now forgotten were signed.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Le métèque

Há canções bonitas. Façam parte ou não da nossa história.
Há filmes bonitos.
Todas as coisas belas tendem a perpetuar-se no tempo.
É assim que eu penso.

Agora, que a morte fez com que se ouvisse falar de Moustaki,
também eu me recordei das suas canções e
escolho esta, que encontrei no youtube acompanhada de um excerto do filme «The Kid» com o inconfundível Charlot...


domingo, 5 de maio de 2013

Minha Mãe

Mais uma canção que não é para crianças.

Gosto muito desta balada do Zeca Afonso. De tal modo que já está neste blog desde 2 de Agosto de 2011 (Esta não é uma canção para crianças!) Agora descobri no youtube esta versão do Adriano. Apesar de gostar muito dele e achar que tem uma claridade na voz que me seduz irremediavelmente, nesta canção gosto mais da interpretação do Zeca Afonso, que considero mais profunda e intimista.