Este blogue é feito de memórias, de vivências, de desejos, de realidade e de sonho. Nele pulsa a infância e a eterna procura dela. É dedicado aos meus netos.
Mais uma cedência da minha parte ao mercado... Já seguiu no correio uma caderneta de cromos para o J., como se dizia antigamente. Agora diz-se autocolantes, sem a necessidade do trabalho paciente de pôr a cola. E porque estamos num mercado global, são stickers. E porque a tradução que pretendem impor é a inglesa, falamos de smurfs e não schtroumpfs. É preciso que se diga que os azulitos são denominados originalmente por schtroumpfs, o que, sendo mais difícil para escrever é muito mais interessante de se dizer. Smurfs é muito mole, comparando com a impetuosidade de schtroumfs.
Este mês estreou nas salas de cinema um novo filme de animação The Smurfs 2, se não erro no título. De qualquer modo, parece certo que o nome não é o original e a produção e realização é norte-americana. O J. anda todo entusiasmado, pois estes pequeninos seres azuis já fazem parte das suas brincadeiras, tal como, em menor escala, fizeram parte das do seu pai e tios. A verdade é que os Estrumpfes (acho que era assim que se traduzia em Portugal, pelos anos 80, o original Schtroumpfs) ...
são da minha idade!
Como se lê nesta notícia do DN, de há dois anos, a propósito da exposição sobre Pierre Culliford, belga (como não podia deixar de ser!), em Paris:
«Peyo, aliás, Pierre Culliford, é conhecido
como o criador dos Estrumpfes, mas a exposição que lhe é dedicada em Paris
pretende revelar toda a riqueza do universo gráfico de um dos grandes autores da
banda desenhada.
A páginas tantas da grande exposição retrospectiva da obra gráfica de Peyo,
patente até ao próximo dia 30 no Hôtel Marcel Dassault, em Paris, o visitante
depara, no meio de vários objectos pessoais e material de arquivo do criador de
Johan e Pirluit e dos Estrumpfes, com a asa de um pássaro.
A explicação para a presença de tão insólito objecto entre os pertences do
autor belga de banda desenhada é simples. Peyo usava a asa para limpar do
estirador os fiapos das borrachas com que apagava os seus desenhos.
A Artcurial, responsável pela organização da exposição, pretende mostrar aos
que identificam Peyo apenas com os Estrumpfes, e aos que conhecem estas
personagens só da animação televisiva, toda a riqueza da sua obra, já que,
segundo Éric Leroy, o seu comissário, "é terrivelmente redutor" confinar Peyo ao
universo dos duendezinhos azuis e aos seus desenhos animados.
Ele era "um desenhador meticuloso e perfeccionista, bem como um imenso
argumentista", mas a imediata e imensa popularidade dos Estrumpfes, a sua
projecção mundial e o seu gigantesco sucesso comercial, acabaram por monopolizar
Peyo e empurraram para segundo plano ou cancelaram as suas outras criações.
Nomeadamente a genial série Johan e Pirlouit, ambientada numa Idade Média onde o
fantástico se manifestava mas nem por isso fazia Peyo descurar o rigor histórico
com que a concebia. Era a série favorita do autor, mas acabou por ser a
principal vítima do triunfo dos Estrumpfes.
(Ironicamente, os Estrumpfes fizeram a primeira aparição numa aventura de
Johan e Pirlouit, La Flûte à Six Schtroumpfs, em 1958).
............................................................................................................................................................ (Para continuara ler, consultar http://www.dn.pt/gente/interior.aspx?content_id=1946922&page=-1)
Pois Schtroumpfs, Estrumpfes, Smurfs e, já agora...Azulitos? Se é ao gosto do freguês, não vejo por que não. Para mim, são os Azulitos.
Em português (do Brasil) e em francês, o episódio «O ovo mágico». Espero que o J. goste. E que a C. e o T. venham a gostar...