domingo, 28 de agosto de 2011

Os elefantes resolvem problemas práticos!

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50648&op=all



Já se sabia que tinham boa memória...
E capazes de uma boa aprendizagem!! No Jardim Zoológico só eles eram capazes de tocar o sino com a moedinha... mas só com a branca...que valia mais! Só não sei é porque é que o grande elefante não deixou descendentes... Hoje só os vemos ao longe...
Não é verdade, J.?


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A borboleta de mil cores e a mosca preta

imagem retirada de http://www.mdig.com.br/?itemid=25197






A BORBOLETA DE MIL CORES E A MOSCA PRETA
por João Villaret





 A borboleta voa, voa, voa, voa,... até que pousa numa lista telefónica. Com as patinhas começa a correr as páginas...levanta uma, levanta outra, outra, outra, outra, levanta outra, sempre, sempre, sempre... e à volta dela num voo menos elegante e menos bonito a mosca preta, bisbilhoteira e sabedora, voa baixo, voa baixo, a ver o que se passa. Mas  a borboleta das asas bonitas não liga importância à mosca preta e continua com as patinhas, sempre com as patinhas a procurar, a procurar, a procurar... e a mosca pergunta-lhe:
-Bom dia minha amiga, como está?
A borboleta, que não é de dar confiança, responde por cima do ombro:
-Estou bem, muito obrigada.
E continua a procurar a procurar...
E a mosca:
-Então, há muito tempo que não a via!
- É verdade.
- Então como é que está?
- Bem, muito obrigada.
- Mas que lindo vestido que traz, que lindas cores!
- É verdade, foi num saldo.
E continua a procurar, a procurar... E a mosca:
- Para onde é que a minha amiga está a falar?
- Eu estou à procura da direcção de uma flor que me tinha esquecido.
E fecha a lista e vai-se embora com as suas asas lindas e coloridas.



Ouvi a João Villaret nos seus programas na velhinha RTP a preto e branco.
Mas só agora ouvi!
Achei uma historinha tão bonita que logo pensei que a havia de contar aos meus netos!...
(o título é de João Villaret!)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Parabéns!

Estes parabéns são para mim. Já que o J. e a C. ainda não estão em condições de fazer qualquer comentário, tomo eu a iniciativa de me parabentear. PARABENTEAR!!! Gosto desta palavra e estou a esforçar-me por utilizá-la. Tal e qual como se faz com um brinquedo novo!!
Então, para me parabentear por ter chegado aos CINQUENTA POSTS, congratulando-me (palavra que não me parece nada interessante nem relacionada com o que significa!) por tal façanha (aí está uma palavra muito engraçada) vou seleccionar uma música para ouvir e vou partilhá-la aqui:


Dir-se-ia não ser a melhor música para uma comemoração...
Mas adoro esta voz... sem desprimor para outros contratenores também muito bons, Mena, para mim, mera ouvinte pouco informada, é o que melhor consegue aliar a técnica e a interpretação, conseguindo uma expressividade única.
Gosto, e isso basta.

Lengalenga impossível

Não sei bem se era uma lengalenga, isto que ouvia ao meu Pai, sempre com grande encantamento...
Dentro de pouco tempo, que o tempo passa sempre mais depressa do que aquilo que possamos pensar, conto contar esta história impossível ao J. e à C.

Era noite,
O sol brilhava por entre as trevas de um claro dia.
Um jovem ancião,
Sentado de pé
Num banco de madeira de cantaria,
Muito calado assim dizia:
- Era e não era no tempo da hera,
Tinha o meu pai morto, minha mãe por nascer.
Disseram-me que não podia ser.
Pus as pernas às costas e deitei-me a correr;
Subi por uma escada abaixo e desci por ela acima;
Lá em cima estava um pessegueiro carregado de maçãs,
Colhi-lhe avelãs.
Veio o dono dos marmelos e disse:
- Ó ladrão larga os meus figos
 que o meu pai tinha-os guardado
Para dar aos seus amigos!

A segunda carta

Esta foi a segunda carta-história, a acompanhar um casaco (está algures neste blog) que era para ter seguido pelo correio (à última da hora teve portador).

UM ELEFANTE NUMA CAIXINHA

Vou contar-te uma coisa especial que me aconteceu:
Era de manhã e já tinha tomado o meu café. Estava contente por ter conseguido acabar o casaco para ti e também porque o vento já se tinha ido embora. Ele gosta muito de soprar e na noite anterior até tinha assobiado: Uhhhhhhhhhh…Uhhh….. e  abanava mesmo os vidros das janelas! Até parecia que estava zangado! O vô G. acha graça a tanto espalhafato! Ri-se do estardalhaço que o vento faz. Mas eu, Joãozinho, não gosto mesmo nada e prefiro que o vento sopre e vá assustar para outro lado! Mas como ia dizendo… eu estava toda contente e só me faltava arranjar uma caixinha, pôr lá dentro o casaco, ir aos Correios e enviar a encomenda para ti. O pai ou a mãe iriam levantá-la e eu logo havia de saber se o meu querido neto tinha gostado desta surpresa! Mas vendo bem, ainda me faltava fazer muita coisa! Disse ao avô que já vinha, meti-me no Fiat Punto e sigo para a cidade! Lá vou eu, a guiar com cuidado, arrumo o carro no parque de estacionamento, saio, não me esqueço de trancar o carro, e sigo em direcção à Papelaria para comprar a tal caixinha. Estou eu na papelaria quando ouço uma voz que não conhecia a chamar-me: «Vó L., Vó L.…»
 Quem podia ser? Só o Joãozinho me podia chamar assim!! Mas o Joãozinho estava com os pais em Vagos! Eu estava intrigada…olhei em volta e não vi nenhum menino! E era uma voz de menino, isso é que era!
- «Vó L., não tens um neto chamado João que gosta muito de animais?»
Comecei logo a responder mesmo sem saber quem era o dono dessa voz.
- «Ah pois tenho, tenho! Adora tudo o que se refere a animais. Tem muitos, gosta muito de os visitar e gosta muito de livros que falem deles! Mas… quem és tu? Onde estás?» Antes de ouvir outra vez aquela vozinha, ouvi uma gargalhada…
- Ah… Ah …Vocês os adultos são mesmo distraídos! Andam por aí, de nariz empinado e não vêem o que é importante! Aposto que se estivesses com o João, ele já me tinha visto!!!».
Fiquei um bocadinho ofendida! Um ser minúsculo, sim, devia ser minúsculo para que eu o não visse, a dizer mal de mim… (Bem… na verdade, isto só para nós, tenho que reconhecer que sou um pouco distraída…)
Nisto, olho e vejo uma prateleira cheia de animais… camelos, dromedários (pergunta ao pai se ele se lembra dos dromedários que não gostam nada que os confundam com camelos…), leões, rinocerontes e… um elefante pequenino que me diz logo: «Estava a ver que nunca mais! Não vês como estou aqui sozinho!... Estes animais não me interessam e – neste momento ficou triste – já daqui levaram os meus pais… Agora só me resta um menino que goste de mim! E largou um sorriso tímido (que eu bem vi por baixo da trombinha)...»
- Acertaste em cheio! O meu neto é a pessoa certa! Levo-te comigo e vais para ao pé do Joãozinho, escondido neste casaco (e mostrei-lhe o casaco que levava comigo) e dentro desta caixinha…

Não foi mesmo uma coisa bonita que me aconteceu?!!!

As hienas e a matemática


O J. adora animais. E saber que as hienas contam até três é um conhecimento relevante!
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50522&op=all


   

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Procissão

Da maior parte das coisas que aprendemos na infância, só muito tarde saberemos o que significam...


O J. já sabe entoar:

Tocam os sinos na torre da igreja
Há rosmaninho e alecrim pelo chão
Na nossa aldeia que Deus a proteja
Vai passando a procissão
...................................................
                                                  António Lopes Vieira


e a voz de Villaret...



domingo, 14 de agosto de 2011

A primeira papa

A C. comeu ontem a sua primeira papa. A semana passada só houve tentativas infrutíferas.
A C. não teve pressa em abandonar o leitinho...
       
Referindo-se à idade de 16 semanas, lemos em Gesell (cf. post de 7 de Agosto):
     
     «O bebé pode manifestar agitação antes de lhe darem de comer, mas, frequentemente, espera até que chegue mais ou menos a hora da refeição. Alguns soltam vigorosos gritos de expectativa, quando a mãe põe o seio à vista. Quando lhe oferecem o bico do peito deixa de chupar os dedos ou a língua para colocar os lábios em posição e agarrar com as mãos. Estas podem segurar o seio ou a roupa, enquanto o bebé se apossa do mamilo com muito pouca ajuda da mãe. Enquanto está a mamar, pode levantar os olhos do seio para o rosto da mãe, ou para as circunvizinhanças - e especialmente para as outras pessoas que possam estar presentes. Os lábios apresentam-se contraídos aos cantos e a sucção é forte. Esta pode ser até muito mais forte do que a capacidade de engolir, resultando daí o bebé engasgar-se. A alimentação a biberão requer, com frequência, que o bebé se ajuste ao encolher da tetina de borracha.(...)
       Após uma satisfação inicial, o bebé pode largar e tornar a agarrar o seio repetidamente, em jeito de brincadeira e mesmo com um sorriso. Quando atinge, por fim, a saciedade, arqueia o corpo para trás e pode resmungar se quiserem forçá-lo a pegar novamente no seio (...). Embora possa parecer saciado quando o mudam para o segundo seio, a sua avidez impaciente leva-o, em regra, a reagir à mudança de uma for,a positiva. Com a saciedade final, dispõe-se a chupar a língua ou o polegar e mostra-se, com frequência, muito conversador.
       [A exigência de sucção é tão forte, nesta idade, que é melhor esperar que ele a satisfaça antes de lhe darem alimentos sólidos.]
        Alimentação à colher - A projecção da língua é ainda tão acentuada que o bebé engole muito pouco alimento, a não ser que lho coloquem na parte de trás da língua. Muitos bebés, especialmente quando são amamentados, recusam os alimentos sólidos, ou tomam-nos muito mal, enquanto não chegam aos 5 ou 6 meses de idade
Gesell, ob.cit. p105-106 (os sublinhados são meus).

sábado, 13 de agosto de 2011

As aparências iludem


Como é que uma linda pêra se transforma numa pêra feia?


                               

Pois...
Quando a abrimos e não a podemos comer!!!



Ohhhhhhhh... que pena!








quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Branca de Neve revisitada ( 1 )

Todos os que um dia foram meninos, todos os que agora são meninos, todos conhecem a história da Branca de Neve e dos Sete Anões... Pois, essa mesmo que conta assim:
Era uma vez uma menina. Uma menina muito bonita. Vivia com o pai e a madrasta. A madrasta, mulher muito bonita e que percebia de bruxarias, tinha um espelho mágico. Todas as manhãs a madrasta perguntava ao espelho mágico:
- Espelho, espelho meu, há no mundo alguém mais belo do que eu?
E o espelho respondia sempre:
- Não há no mundo ninguém tão belo como tu... a não ser a Branca de Neve!
Cada dia que passava a madrasta ficava mais furiosa. Até que pensou numa maneira de fazer desaparecer a Branca de Neve (ah, já me esquecia de dizer que Branca de Neve era o nome desta menina por causa da sua pele tão branca que contrastava com o negro dos seus cabelos). Chamou um dos seus criados e ordenou-lhe que levasse a Branca de Neve até à floresta e, num sítio onde ninguém visse, a matasse. Como prova do seu acto, teria de lhe trazer o coração da menina.
Assim aconteceu, apenas com uma diferença: o criado não matou a Branca de Neve! É que achou isso uma acção tão má que não foi capaz de a fazer. Quando chegaram a um sítio da floresta onde não havia ninguém, onde só se ouvia o vento e o barulho dos seus passos na folhagem, o criado contou à Branca de Neve a ordem que a madrasta lhe tinha dado. Perante o seu olhar assustado, o criado apressou-se a dizer-lhe:
- Branca de Neve, não tenhas medo. Apenas vou ter de te deixar sozinha nesta floresta. Mas tenho a certeza que irás encontrar um abrigo e que nenhum mal te acontecerá.
E foi-se embora rapidamente para que a menina não visse as suas lágrimas a quererem saltar por ter de a deixar assim. Também tinha de rapidamente encontrar um animal para lhe tirar o coração e levar à madrastra. Sábia nas coisas da bruxaria e da maldade, mas ignorante nas coisas da vida e da natureza, não iria dar pela diferença...
A Branca de Neve foi andando, andando, andando...                                
(continua)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pizza

Todas as crianças gostam de pizza. E muitas das crianças que já cresceram também.
As minhas pizzas, às vezes, resultam bem, quer dizer, a massa fica fina; outras, nem por isso...
Nesta tentativa, por exemplo, a massa ficou demasiado parecida com pão...

Massa antes de fermentar

Massa depois de fermentar (uma hora)

Achei a massa muito bonita e estendeu muito bem...
Ainda não descobri porque é que umas vezes sai de uma maneira, outras de outro...
Vou tentando e espero que quando os meus netos tiverem idade para comer pizza (o J. não dirá que não...) eu já tenha desvendado este mistério...
Para a próxima vez, deixo fermentar mais tempo...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vamos dormir!...

Quando nós cá chegámos, o mundo já existia...mas claro... só nos lembramos daquilo que começou connosco.

Lembro-me disto, por exemplo:




Bonito limão!


O avô tem muita pena que o seu limoeiro dê tão poucos limões!...
Que se há-de fazer? Parece que é do terreno...

Glicínias

Estas não são as glicínias da minha infância


Não há quem não guarde flores, cheiros, aromas... de algum momento indefinido no tempo, mas que cabe todo no maior mito da nossa existência, aquele a que chamamos infância...

 

Ora abóboras!

Estas são as abóboras à espera de serem apanhadas...



Estas são as abóboras, a apanhar sol no terraço...

E quem semeou, regou, cuidou, apanhou?...

O AVÔ, pois claro!!!


????



Este espaço está reservado para as abóboras que a AVÓ há-de transformar em doce!!!!!!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Era uma vez

Depois do J. e da C. terem experimentado as emoções das histórias tradicionais sem finais politicamente correctos, ainda conto cantar-lhes esta pequena canção do Paco Ibanez de que gosto tanto!

Inutilidades!

Tanto esforço... tanta pesquisa... tanto estudo...
Ele foi revistas, livros de tricot, blogs da net (tanta coisa linda!)... ele foi em português, francês, italiano e até em inglês...(os sapatos vermelhos encontram-se por muitos sítios, mas são originais daqui: https://www.ravelry.com)
Ele foi experiências infrutíferas, mates para aqui, mates para ali...
E depois?
Depois não serviu para nada, porque a C. logo os descalçava... uns seres tão ineptos e tão bem preparados para a sobrevivência! ... Sapatos para quê?!! 
Deixo aqui apenas dois exemplos das minhas tentativas mais conseguidas e tão inúteis como as outras!
sapatinhos vermelhos
sapatinho rosa com casaco igual


domingo, 7 de agosto de 2011

Hora de dormir

Sou um menino que come bem, corre por todo o lado, que já não precisa de fralda desde os 2 anos e pouco, que se farta de falar e de ser muito explicado, que já não usa chucha há muito tempo...
mas que não prescinde do seu leitinho antes de ir para a caminha...É que é mesmo reconfortante!

Casaco de Verão

Desta vez parece que acertei! Estava a ver que nunca mais!
Este casaco de Verão fica muito bem ao J. e, segundo a mãe, gosta muito dele!
O J. é pequenino, mas manifesta preferências quanto à roupa! Tem a quem sair!

A criança dos 0 aos 5 anos

Nunca é demais reler.
Por agora, estou interessada nos capítulos IX, X e XVII:

A criança dos 0 aos 5 anos

O meu livro de todas as horas enquanto os meus filhos cresciam...
É uma obra de Arnold Gesell de 1943. Apesar de datado em alguns aspectos, continua a ser uma referência para abordar o desenvolvimento infantil. Para todos os públicos. É muito descritivo, mas é aí que reside a sua mais-valia.

sábado, 6 de agosto de 2011

Sinal Fechado

Hoje, sábado de manhã, no Hotel Babilónia, óptimo programa da Antena 1 do João Gobern e do Rolo Duarte, homenageavam a Elis Regina, essa mulher talentosa, única na voz e na interpretação. Ouvi o Sinal fechado:


Este Sinal Fechado cantado pela Elis fica mais longe da ideia de fugaz encontro que ouvimos com Chico Buarque e Maria Bethânia, mas na sua densa interpretação ganha mais profundidade e significado.
Porque a destruição e as perdas que a correria do quotidiano provoca em nós se dizem melhor nas notas suspensas do piano e nos graves sem pressa da sua voz.
Aqui, também, o magnífico encontro (e não foi no sinal fechado!) entre Chico Buarque e Maria Bethânia:

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Coisas d'avó

Este casaquinho ficava bem na C.
Por pouco tempo, mas com os bebés tudo é por pouco tempo.

Coisas estranhas

Quando comecei este casaco, ele estava na medida certa.
Estranhamente, no final, já não.
Estava assim:

Que pena!

Esta não é uma canção para crianças

Esta não é uma canção para crianças.
Mas é tão bonita!
Bem... é uma canção muito própria para uma avó gostar!

A primeira carta

Esta foi a primeira carta dos avós para o J. Uma carta-história a acompanhar uma «casa de caracol» dentro de umas luvas bem quentinhas...:                        

CARACOL, CARACOL PÕE OS PAUZINHOS AO SOL                                   

O avô estava a regar o jardim quando ouviu numa voz muito sumida:
- Onde está o J.?
O avô ficou muito espantado e a voz continuou:
- Sim, o J. No outro dia estava aqui contigo.
O avô olhou em volta e não viu ninguém. Até que olhou para baixo e lá estava, pequenino, um caracol, um lindo caracol!
- Caracol, caracol põe os pauzinhos ao sol!!
Disse o avô rindo.
- Não desvies a conversa. Onde está o J.?
Ripostou o caracol, com um tom já impaciente...
- Não está cá.
Apressou-se a responder o avô. E continuou:
- O J. está na sua casa.
- Na sua casa?!
Agora é que o caracol ficou espantado. Tão espantado, que abriu a sua boca pequenina.
 - Os meninos têm casa? Uma casa como a minha? Andam com ela às costas? Nunca tinha reparado!
- Não - respondeu o avô a rir, a rir às gargalhadas de boca aberta...E continuou:
- A casa dos meninos não é como a tua. Aliás, a casa dos meninos, dos pais, dos avós... nenhuma é como a tua.
- Não?!- continuava o caracol muito espantado, de olhos muito esticados...
- Pois- continuou o avô - só tu tens essa casa tão bonita sempre contigo.
- Achas a minha casa bonita? -  perguntou o caracol já todo vaidoso.
- Linda! - ouviu-se agora a voz da avó, que tinha vindo ver o que se passava no jardim.
- Caracol, caracol põe os pauzinhos ao sol - disse a avó numa voz cantada, sempre a sorrir.
O caracol, que estava sempre a ouvir «caracol, caracol pões os pauzinhos ao sol», nem ligou... o que ele queria saber era do J.
- Ó avó, tu sabes onde está o J.? Aquele menino tão bonito que esteve cá no outro dia? Ele não me viu, mas eu vi-o!!
- Então, o avô já te disse que o J. está na sua casa...
- ...Que não é como a minha - completou o caracol.
- Pois... - respondeu a avó assentindo com a cabeça.
- E o J. sabe?
- O quê? Que a tua casa é assim tão bonita e que andas com ela às costas?
O caracol acenou com a cabeça, com ar de quem estava a pensar. A avó respondeu:
- Acho que não. Mas proponho-te uma troca e fazemos-lhe uma surpresa!
- Como?
- Tu dás a tua casa ao J. e eu deixo que fiques na minha!

E assim foi. A avó tratou de tudo para que o avô, ainda nesse dia, enviasse pelo correio a surpresa...