quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O leão volta a atacar!



Tinha só mais um ano. Sete anos feitos em julho.
Esta é uma das muitas histórias, feitas de interrogações, reticências e pontos de exclamação, do pai do autor ainda desconhecido há pouco referido.


Publicado no DN, Suplemento «O Catraio», de 2 de Fevereiro de 1986

Um história de amor...

Tarzan e Jane


28 jan 2015, 6 anos, Autor ainda desconhecido...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Vamos ao cinema?

Já aqui falámos desta nossa querida abelhinha. Isso já foi no longínquo ano de 2012!
Pois ela é notícia outra vez! É que pode ser vista no cinema, em Portugal, desde o dia 8 de janeiro.
E lembrar que a Maia já tem quase 40 anos!!!
Isto sim, é continuidade geracional!


SINOPSE 

Num país cheio de sol, nasceu uma abelha que ficou conhecida pela sua amizade, alegria e bondade. Todos lhe chamam de pequena, fresca, bela e doce Abelha Maia. Com uma curisosidade sem limites, Maia vai aprender a viver em harmonia junto dos outros insectos, num mundo sem maldade. Nas suas divertidas aventuras, ela está sempre acompanhada dos seus grandes amigos Willy, um zangão, Flip, o gafanhoto, e ainda a mosca Puck.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Vespas

Não sei porquê, mas com este post, este blogue fica com a sua terceira referência a vespas... É que não nutro especial simpatia por estes insectos voadores...

Já tivemos o «ninho de vespas»...
ninho de vespa

Já tivemos a vespa gigante do Jardim do Museu da Cidade...


vespa no jardim do Museu da Cidade

E agora, temos a vespa nas mãos do avô... (depois de lhe ter tirado o ferrão!!! Não me perguntem como!!!)


Gatos




Este é o gato branco
vindo «do lado da noite»...




O gato e o canário

Os meus netos já conhecem o Quininho, chamado também de canarito.
Já está habituado à sua janelinha e, quando, com a porta aberta, sai para dar uma volta, já sabe retornar ao seu porto seguro.

Canário distraído

Pelo nosso quintal costumam passar muitos gatos. Vêm da vizinhança fazer os seus passeios. Por vezes, demoram-se, que o sol por aqui é bom e quentinho...
Ora, um deles, descobriu pela janela o nosso canarito. Gatos e canários não se dão nada bem. Não é por mal - a natureza assim os destinou- mas os gatitos ficam de olhos fixos, siderados, prontos para o ataque fatal quando lhes aparece um canário distraído pela frente, atrás de uma janela. O que eles não descobrem logo é o vidro de proteção que se interpõe entre eles e a presa... O que fazer? Desistir, pois. E continuar a vidinha no ramerrame habitual...

Gato desistente

É bom observador?



- Quantos passarinhos estão em cada árvore?



Nota - Estamos no Inverno, as árvores estão despidas, com frio e, como considerou a C., «com tosse»...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

As fadas de Antero de Quental


Este poema pertence às minhas memórias de infância. Recordo-o na voz do meu Pai, que o dizia tão bem, de maneira tão expressiva!
Ouvi-o, muito antes de saber que era de Antero de Quental.
Ouvir um poema de alguém que o diz de cor é muito diferente do que ouvir ler um poema...

Gosto desta transcrição não adaptada aos posteriores acordos ortográficos do século XX.


As fadas... eu creio n'ellas!
Umas são moças e bellas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, á beira do mar...
Algumas em fonte fria
Escondem-se, emquanto é dia,
Sáem só ao escurecer...
Outras, debaixo da terra,
Nas grutas verdes da serra,
É que se vão esconder...

O vestir... são taes riquezas,
Que rainhas, nem princezas
Nenhuma assim se vestiu!
Porque as riquezas das fadas
São sabidas, celebradas
Por toda a gente que as viu...

Quando a noite é clara e amena
E a lua vae mais serena,
Qualquer as póde espreitar,
Fazendo roda, occupadas
Em dobar suas meadas
De ouro e de prata, ao luar.

O luar é os seus amores!
Sentadinhas entre as flores
Horas se ficam sem fim,
Cantando suas cantigas,
Fiando suas estrigas,
Em roca de oiro e marfim.

Eu sei os nomes d'algumas:
Viviana ama as espumas
Das ondas nos areaes,
Vive junto ao mar, sósinha,
Mas costuma ser madrinha
Nos baptisados reaes.

Morgana é muito enganosa;
Ás vezes, moça e formosa,
E outras, velha, a rir, a rir...
Ora festiva, ora grave,
E vôa como uma ave,
Se a gente lhe quer bulir.

Que direi de Melusina?
De Titania, a pequenina,
Que dorme sobre um jasmim?
De cem outras, cuja gloria
Enche as paginas da historia
Dos reinos de el-rei Merlin?

Umas tem mando nos áres;
Outras, na terra, nos mares;
E todas trazem na mão
Aquella vara famosa,
A vara maravilhosa,
A varinha do condão.

O que ellas querem, n'um pronto,
Fez-se alli! parece um conto...
Mesmo de fadas... eu sei!
São condões que dão á gente,
Ou dinheiro reluzente
Ou joias, que nem um rei!

A mais pobre creancinha
Se quiz ser sua madrinha,
Uma fada... ai, que feliz!
São palacios, n'um momento...
Belleza, que é um portento...
Riqueza, que nem se diz...

Ou então, prendas, talento,
Sciencia, discernimento,
Graças, chiste, discrição...
Vê-se o pobre innocentinho
Feito um sabio, um adivinho,
Que aos mais sabios vae á mão!

Mas, com tudo isto, as fadas
São muito desconfiadas;
Quem as vê não hade rir.
Querem ellas que as respeitem,
E não gostam que as espreitem,
Nem se lhes hade mentir.

Quem as offende... Cautela!
A mais risonha, a mais bella,
Torna-se logo tão má,
Tão cruel, tão vingativa!
É inimiga aggressiva,
É serpente que alli está!

E têm vinganças terriveis!
Semeiam cousas horriveis,
Que nascem logo no chão...
Linguas de fogo que estalam!
Sapos com azas, que falam!
Um anão preto! um dragão!

Ou deitam sortes na gente...
O nariz faz-se serpente,
A dar pulos, a crescer...
É-se morcego ou veado...
E anda-se assim encantado,
Emquanto a fada quizer!

Por isso quem por estradas
Fôr, de noite, e vir as fadas
Nos altos mirando o céo,
Deve com geito falar-lhes
Muito cortez e tirar-lhes
Até ao chão o chapéo.

Porque a fortuna da gente
Está ás vezes sómente
N'uma palavra que diz;
Por uma palavra, engraça
Uma fada com quem passa,
E torna-o logo feliz.

Quantas vezes, já deitado,
Mas sem somno, inda acordado,
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria,
Se uma fada, um bello dia,
Me quizesse a mim fadar...

O que seria? um thesouro?
Um reino? um vestido de ouro?
Ou um leito de marfim?
Ou um palacio encantado,
Com seu lago prateado
E com pavões no jardim?

Ou podia, se eu quizesse,
Pedir tambem que me désse
Um condão, para falar
A lingua dos passarinhos,
Que conversam nos seus ninhos...
Ou então, saber voar!

Oh, se esta noite, sonhando,
Alguma fada, engraçando
Commigo (podia ser!)
Me tocasse da varinha,
E fosse minha madrinha
Mesmo a dormir, sem a vêr...

E que ámanhã acordasse
E me achasse... eu sei? me achasse
Feito um principe, um emir!...
Até já, imaginando,
Se estão meus olhos fechando...
Deixa-me já, já dormir!

Antero de Quental

Poema de Natal


Há muito que procuro um poema de Natal adequado...
Encontrei este poema de Natal que tem a simplicidade que procurava.
É de Vinicius de Moraes

De repente o sol raiou


E o galo cocoricou:


— Cristo nasceu!

O boi, no campo perdido                                  
avonews.blogspot.pt
Presépio (de avonews.blogspot.pt)
Soltou um longo mugido:

— Aonde? Aonde?

Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:

— Em Belém! Em Belém!

Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:

— Foi sim que eu estava lá!

E o papagaio que é gira (1)
Pôs-se a falar: — É mentira!

Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.

O pombal todo arrulhava:
— Cruz credo! Cruz credo!

Brava
A arara a gritar começa:

— Mentira! Arara. Ora essa!
— Cristo nasceu! canta o galo.
— Aonde? pergunta o boi.
— Num estábulo! — o cavalo
Contente rincha onde foi.

Bale o cordeiro também:

— Em Belém! Mé! Em Belém!

E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.


Retirado de: http://www.escolakids.com/vinicius-de-moraes.htm

(1) A palavra «gira» é um substantivo que significa «indivíduo amalucado», como se encontra no Dicionário. As coisas que uma avó vai sabendo! Oh Sacrossanta ignorância! O que eu luto contra ela!!!