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sábado, 8 de setembro de 2018

Sou quase adolescente!!!

A C. fez sete anos em março. 

Há já algum tempo, ainda não era tempo de férias, portanto, os sete anos eram ainda bem fresquinhos, encontro-a, juntamente com o mano (com cinco anos), olhando para a TV atentamente. Já tinha acabado o programa anterior e estava a dar uma daquelas séries que, embora nunca tenha conseguido ver por completo, me fazem logo considerar de qualidade suspeita ao ouvir a má dobragem, umas vozes muito gritadas com gente adolescente pelo meio representando pior do que os iniciantes dos Morangos com Açúcar... Sendo assim, disse-lhes que era melhor procurar outro programa porque aquele não era para a idade deles, era para meninos mais crescidos. 
    Resposta pronta da C. em tom meio indignado e com olhar cúmplice...

Ó vó, eu sou quase adolescente!!!


Imagem retirada de http://umagarotaadolescente2012.blogspot.com/2013/06/desenhos-e-imagens.html



domingo, 21 de maio de 2017

Contributo para uma revisão da teoria de Piaget...

Segundo a teoria, o T. está no período pré-operatório, no início da segunda fase. Pensamento intuitivo, querendo com isto dizer, pensamento centrado na percepção imediata, portanto, nada de reversibilidade do pensamento. Egocentrismo intelectual, centração num só aspeto ou ponto de vista... blá, blá, blá...





Pois, só que há assuntos de grande interesse que não podem estar sujeitos às limitações do intelecto. Como o que diz respeito a comida, comidinha boa que é coisa que muito agrada ao T.

Croquetes. Coisa deliciosa. 
Um croquete? Mas o que é isto, avô? 
- «Avô, não vai chegar...»
O avô, homem versado em ruralidades, latinidades e psicologia resolve testar o estádio de desenvolvimento do pequenote. Vai daí, corta o croquete em quatro e pergunta:
«Então T.? Quando é que é mais? Antes ou agora?»
Resposta pronta e fleumática:
«É quando puseres outro.»

sábado, 20 de maio de 2017

Complexo de castração ou o que aconteceu às meninas?


Retirada de https://pt.123rf.com/photo_38817159_desenhos-animados-garotinho-sentado-no-vaso-sanit%C3%A1rio.html
Desta vez, a conversa foi com o T.

Sentado na sanita, ainda num equilíbrio instável, inicia um diálogo que não consigo reproduzir exatamente, mas que vai girando em volta do tempo em que era pequenino (!) e tinha que se sentar no bacio...Pois tão pequenino que até poderia cair dentro da sanita... Até que a conversa chega às meninas...

                                               «As meninas deixaram cair a pilinha na sanita?»

Nota - O T. tem 4 anos e meio.

sábado, 22 de abril de 2017

A atração de Édipo ou uma revisão do conflito edipiano

Édipo, o príncipe que resolve o enigma da Esfinge...



Édipo e a Esfinge de Tebas, c. 470 a.C., Museo Gregoriano Etrusco, Vaticano
retirado de http://dimensaoestetica.blogspot.pt/2011/01/arte-e-os-enigmas-do-mundo.html

A Esfinge, monstro feminino, cabeça de mulher, corpo de leão e com asas de ave de rapina...


reirada de: http://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection_object_details.aspx?objectId=398995&partId=1

A Esfinge que assolava a cidade de Tebas devorava quem não soubesse responder ao seu enigma:

Qual é o ser que caminha ora com dois pés, ora com três pés, ora com quatro e que é mais fraco quando usa o maior número de pés?

Édipo responde:

É o Homem, porque o homem gatinha na sua primeira infância, depois desloca-se sobre dois pés e apoiado num bordão no declinar da vida.

Depois desta resposta, a Esfinge, derrotada, atira-se para o abismo do alto do rochedo onde se encontrava e Édipo entra triunfante na cidade grega de Tebas!

Grande e trágico Édipo! A caminho da glória e da perdição. Ignorante, como qualquer humano, do seu destino!!!


Ainda não se sabe bem porquê, mas encantada com tamanha inteligência e ousadia, a C. depois de se certificar se Édipo já se tinha casado com alguém, declara a sua intenção: «Mãe, quero casar com Édipo!!!». Felizmente, nós sabemos que as afeições infantis desta natureza NUNCA se mantêm. E que os casamentos ocorrem em idades muito mais tardias. 

Não comentamos o conflito edipiano e gostaríamos mesmo de saber se esta atração revelada por Édipo por parte de uma menina em início de fase de latência não seria razão suficiente para uma revisão do conceito psicanalítico. Afinal, o conflito de Édipo não terá de ser revisto à luz do que eu denominaria, influenciada por este que considero um case study, a atração pelo conhecimento? Afinal, Édipo, antes de ser aquele que comete um crime, é aquele que se apresenta como o que ousa desafiar a esfinge, aquele que confia em si ao ponto de arriscar a vida numa pergunta. Não é essa a melhor imagem daquele que é movido pela paixão do conhecimento? Não é essa a melhor imagem da humanidade? E essa ousadia, essa coragem não é profundamente atraente? Não foi por isso que a C. ficou encantada? 

domingo, 14 de agosto de 2011

A primeira papa

A C. comeu ontem a sua primeira papa. A semana passada só houve tentativas infrutíferas.
A C. não teve pressa em abandonar o leitinho...
       
Referindo-se à idade de 16 semanas, lemos em Gesell (cf. post de 7 de Agosto):
     
     «O bebé pode manifestar agitação antes de lhe darem de comer, mas, frequentemente, espera até que chegue mais ou menos a hora da refeição. Alguns soltam vigorosos gritos de expectativa, quando a mãe põe o seio à vista. Quando lhe oferecem o bico do peito deixa de chupar os dedos ou a língua para colocar os lábios em posição e agarrar com as mãos. Estas podem segurar o seio ou a roupa, enquanto o bebé se apossa do mamilo com muito pouca ajuda da mãe. Enquanto está a mamar, pode levantar os olhos do seio para o rosto da mãe, ou para as circunvizinhanças - e especialmente para as outras pessoas que possam estar presentes. Os lábios apresentam-se contraídos aos cantos e a sucção é forte. Esta pode ser até muito mais forte do que a capacidade de engolir, resultando daí o bebé engasgar-se. A alimentação a biberão requer, com frequência, que o bebé se ajuste ao encolher da tetina de borracha.(...)
       Após uma satisfação inicial, o bebé pode largar e tornar a agarrar o seio repetidamente, em jeito de brincadeira e mesmo com um sorriso. Quando atinge, por fim, a saciedade, arqueia o corpo para trás e pode resmungar se quiserem forçá-lo a pegar novamente no seio (...). Embora possa parecer saciado quando o mudam para o segundo seio, a sua avidez impaciente leva-o, em regra, a reagir à mudança de uma for,a positiva. Com a saciedade final, dispõe-se a chupar a língua ou o polegar e mostra-se, com frequência, muito conversador.
       [A exigência de sucção é tão forte, nesta idade, que é melhor esperar que ele a satisfaça antes de lhe darem alimentos sólidos.]
        Alimentação à colher - A projecção da língua é ainda tão acentuada que o bebé engole muito pouco alimento, a não ser que lho coloquem na parte de trás da língua. Muitos bebés, especialmente quando são amamentados, recusam os alimentos sólidos, ou tomam-nos muito mal, enquanto não chegam aos 5 ou 6 meses de idade
Gesell, ob.cit. p105-106 (os sublinhados são meus).

domingo, 7 de agosto de 2011

A criança dos 0 aos 5 anos

Nunca é demais reler.
Por agora, estou interessada nos capítulos IX, X e XVII:

A criança dos 0 aos 5 anos

O meu livro de todas as horas enquanto os meus filhos cresciam...
É uma obra de Arnold Gesell de 1943. Apesar de datado em alguns aspectos, continua a ser uma referência para abordar o desenvolvimento infantil. Para todos os públicos. É muito descritivo, mas é aí que reside a sua mais-valia.