terça-feira, 11 de setembro de 2012

Isto é um bocadinho, só um bocadinho, de avó

«De pequenino se torce o pepino»
 
Diziam os adultos, quando eu era pequenita, com ar grave justificando uma repreensão, uma chamada de atenção... Com esta expressão queria dizer-se que as crianças deveriam ser educadas desde cedo. Esta educação significava que deveriam ser contrariadas nas suas tendências, admoestadas e levarem até umas valentes palmadas. Nada disto provocaria problemas no seu crescimento, antes pelo contrário, seria condição para um crescimento vigoroso e saudável. Não me pronuncio acerca das virtudes desta educação baseada nesta comparação agrícola, até porque não percebo nada de pepinos e, por sinal, caem-me muito mal. Salada que leve pepino é de imediato afastada do meu cardápio.
Portanto... vem isto a propósito do post anterior e do título do álbum de Sérgio Godinho «De pequenino se torce o destino». A letra é aparentemente simples, assim como a música, e há um jogo interessante na repetição das palavras e com a sua sonoridade. A letra é pequenina, como acontece com ele noutros casos, e distancia-se da anterior e de muitas outras que chegam a ser uma espécie de «romance».
 
 
De pequenino
de muito pequenino
se torce o destino
se torce o destino

Primeiro sem saber porquê
e depois com um quê
de quem já sabe de saber mudar
de quem já sabe de saber fazer
uma outra terra no mesmo lugar
um lugar feito para gente viver
e mesmo que seja longo
mesmo que vá demorar

De pequenino
de muito pequenino
se torce o destino
se torce o destino
 
 

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