Esta história tem origem numa viagem que fizemos a Lisboa, os avós, o J. e a sua mamã, para visitar a exposição dos dinossauros... O J. começou e cada um dos viajantes foi dando o seu contributo....
Então...
ERA UMA VEZ....
Era uma vez um esquilo chamado Alexandre que vivia na
floresta. Nessa floresta viviam também outros animais. Uns simpáticos, outros
menos simpáticos, uns bons, outros menos bons e ainda outros maus, mesmo muito
maus. Neste último grupo estavam as hienas, as terríveis hienas.
O esquilo Alexandre tinha como grandes amigos dois outros
animais simpáticos como ele: o coelho Anastácio e o macaco Anacleto.
Um dia
em que foram os três passear, aventuraram-se pelo interior da floresta e
aconteceu perderem-se! O esquilo Alexandre não encontrava a copa da árvore onde
se protegia, o coelho Anastácio não encontrava a sua toca e o macaco Anacleto os
seus ramos preferidos.
Já tinham andado um bom bocado à procura, quando encontraram um leão,
refastelado, a quem decidiram pedir ajuda. O leão olhou para eles, com olhos
preguiçosos, e nem se dignou responder. Uma mosca que parecia um pouco morta,
tendo assistido à cena, ficou logo bem viva e muito chocada com tal
comportamento. Desatou a voar com as suas asas barulhentas mesmo junto do
ouvido do leão e a picar-lhe o focinho, nos intervalos da sua grande juba, de tal modo que o leão teve de reagir, incomodado.
O esquilo Alexandre, o coelho Anastácio e o macaco Anacleto olhavam divertidos e voltaram a perguntar ao leão se os podia ajudar a encontrar o caminho de volta. O leão, já bem acordado, olhou aqueles três, e achou graça ao ar afoito e ao atrevimento daqueles animais tão pequeninos.
O esquilo Alexandre, o coelho Anastácio e o macaco Anacleto olhavam divertidos e voltaram a perguntar ao leão se os podia ajudar a encontrar o caminho de volta. O leão, já bem acordado, olhou aqueles três, e achou graça ao ar afoito e ao atrevimento daqueles animais tão pequeninos.
- Pois querem saber o caminho de volta? De volta para onde? –
perguntou com a sua voz de leão. E largou um rugido assustador, mas que não
assustou ninguém.
- De volta para as nossas casas, no início da floresta.
- No início da floresta? A contar de onde? - Perguntou o
leão, franzindo o sobrolho. E comentou:
- Sempre me saíram uns tontos desorientados!
Os três amigos olharam uns para os outros e responderam em
coro:
- Do lado de onde nasce o sol.
- Ah! Muito bem. Para isso é melhor procurar a girafa que,
para além de bonita, é muito orientada! Com o seu longo pescoço, consegue
espreitar do alto das árvores. Daqui onde eu estou e vocês, ó pequenotes, não
se consegue descobrir onde está o sol. Vou convosco. Até me está a apetecer
bater um papo com a minha amiga girafa. – disse o leão sem más intenções.
O esquilo Alexandre, o coelho Anastácio e o macaco Anacleto
acharam isso uma boa ideia e lá se puseram todos a caminho, sempre acompanhados
da mosca Albertina (era assim que se chamava a mosca). Só que nenhum deles
sabia que, pelo caminho, haviam de encontrar a terrível hiena que a todos
amedrontava. Até ao leão, embora ninguém soubesse.
Assim seguiam os quatro, perdão, os cinco, calmamente (que o
leão não estava para grandes pressas), quando lhes salta a hiena no caminho com
o seu ar feroz e exclama:
- Mas que belo quarteto ( a hiena não via a mosca…) Que bela
refeição me apareceu no caminho! Vou comer-vos! - E lambeu os beiços de
entusiasmo.
- Calma aí, amiga hiena (amiga era apenas uma força de
expressão). Calma.- Isto disse o leão para dar tempo a que lhe aparecesse uma
boa ideia para escapar da situação.
A hiena ficou espantada. Então os franzinos não tinham medo
dela? E o leão atrevia-se a responder? Ninguém fugia?
Enquanto a hiena se distraia com estes pensamentos, já os
franzinos, quer dizer, o coelho, o esquilo, o macaco e a mosca tinham saltado
para o dorso do leão e… pernas para que vos quero!
O leão corria a bom correr e deixou os «pequenotes», como ele
chamava aos três amigos, cheios de emoção naquela correria louca. Já nem se
lembravam que o que queriam era voltar para as suas casas no início da
floresta. O leão, vaidoso como era, ficou todo ufano da admiração que causava e
nem se deu conta por onde seguia. Nisto, grita e guincha o macaco Anacleto, de
satisfação:
- Olha! Olha! A minha árvore, os meus ramos preferidos! Ali!
Ali! Os meus ramos preferidos!
E o coelho Anastácio, aos saltos sem parar, diz entusiasmado:
- Olha! Olha! A minha toca, está ali a minha toca!
E o esquilo Alexandre, mais comedido mas de olhinhos
brilhantes de contentamento:
- A minha árvore! Estou a ver a minha árvore! – exclamou,
quase sussurrando.
A
mosca Albertina que até à data pousava em qualquer lado, andando por onde
calhasse, decidiu naquela altura que havia de passar a morar junto dos pequenotes, na árvore de bela copa
que protegia o esquilo, junto da árvore de longos ramos em que o macaco se
balançava e bem pertinho da toca do coelho Anastácio.
E o leão? Satisfeito de ter encontrado o início da floresta,
iniciou o seu caminho para a savana, onde o aguardava a sua família. Afinal,
era ele quem andava perdido na densa floresta!
Vocês têm de fazer mais viagens juntos...
ResponderEliminarDizes bem... Tão importante quanto o sítio para onde se vai é a viagem que se faz para lá chegar. Com a pressa, tendemos a esquecer isso e a não usufruir das possibilidades desse tempo do entretanto.
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