sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Lengalenga impossível

Não sei bem se era uma lengalenga, isto que ouvia ao meu Pai, sempre com grande encantamento...
Dentro de pouco tempo, que o tempo passa sempre mais depressa do que aquilo que possamos pensar, conto contar esta história impossível ao J. e à C.

Era noite,
O sol brilhava por entre as trevas de um claro dia.
Um jovem ancião,
Sentado de pé
Num banco de madeira de cantaria,
Muito calado assim dizia:
- Era e não era no tempo da hera,
Tinha o meu pai morto, minha mãe por nascer.
Disseram-me que não podia ser.
Pus as pernas às costas e deitei-me a correr;
Subi por uma escada abaixo e desci por ela acima;
Lá em cima estava um pessegueiro carregado de maçãs,
Colhi-lhe avelãs.
Veio o dono dos marmelos e disse:
- Ó ladrão larga os meus figos
 que o meu pai tinha-os guardado
Para dar aos seus amigos!

1 comentário:

  1. O J. Pai ainda sabe esta lengalenga de cor, aprendida na mesma fonte que a avó, mas tão novo que não percebeu muito bem. Mais tarde aprendeu com a Mãe e na memória ficou gravada. Brevemente o pequenino também lhe seguirá os passos e a tradição perdurará.

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