domingo, 31 de dezembro de 2017

História Antiga ou Poesia no Natal

A mãe do T. tinha-lhe lido o poema de Herodes, o tal das tranças que não gostava de crianças...
O T. gosta muito de histórias, de livros e nota-se que é muito sensível às palavras.
Assim, depois de ter decorado e dito a poesia anterior com os primos, quis a do rei que não gostava de crianças... (aliás, uma das suas perguntas quando chegou no dia em que íamos fazer o presépio era se tínhamos o rei que não gostava de crianças...). Então, decidi apoiá-lo e seleccionei uma parte do poema, a que me pareceu mais acessível. Assim foi. Servi de ponto e o T. lá foi dizendo (repetindo)

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabestro
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

Só que não ficou satisfeito... faltava dizer "que não gosta de crianças..."
Conclusão... Treinei com ele uma vez - eu dizia e ele repetia - e lá fomos fazer novamente a apresentação ao público. Desta vez, com o poema COM-PLE-TO! Então, depois de repetir a primeira estrofe, continuámos

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenino
Que  vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher o mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga

Andresen, Sophia de Mello Breyner (selecção). (1991). Primeiro Livro de Poesia. (7ª ed.). Lisboa: Caminho, p.77


imagem retirada de http://geopedrados.blogspot.pt/2007/12/natal_22.html

Pus-me a contar as estrelas ou Poemas no Natal




Pus-me a contar as estrelas
com a ponta da minha espada
comecei à meia-noite
e acabei de madrugada

Pus-me a contar as estrelas
com a ponta da bainha
comecei à meia-noite
e acabei de manhãzinha

Pus-me a contar as estrelas
sobre a pedra da coluna
contei: sete, seis e cinco
quatro, três, duas e uma.

Vieira, Alice (1994). Eu bem vi nascer o Sol. Antologia da poesia popular portuguesa. (2ª ed.). Lisboa: Caminho, p. 127.



Este ano, pensei que os netos podiam fazer uma surpresa à família no dia de Natal. Seleccionei um poema simples e, juntamente com o J., o mais velho, decidimos como seria a apresentação. Cada um decorou a sua parte e foi um momento memorável!!!

A primeira estrofe coube ao J.

A segunda, ao T.

A terceira à C. que, no último verso, foi acompanhada pelo J.

E foi vê-los, sem um engano, cada um na sua vez...

E, no final, os exuberantes agradecimentos! O T. então, quase chegava com a cabeça ao chão...



Presépio, uma visita inesperada

No dia em que o T. esteve dedicado a construir a cidade de Jesus, a C. teve um compromisso social. Mesmo assim, quando chegou, arranjou modo de reconstruir quase tudo e de fazer a sua Barbie tomar parte daqueles que vieram adorar o Menino!!







Presépio de Natal ou a cidade de Jesus - em construção

É sempre com grande entusiasmo que os netos participam na organização do presépio. Já era natal por todo o lado, principalmente nas catedrais de consumo, e ainda a nossa casa permanecia discreta sem sinais de natal, quando o T. pergunta se já tínhamos... qualquer coisa que não conseguíamos perceber... Até que exclama, rápido e decidido:
- Avô, a cidade de Jesus!
É claro! O T. queria saber quando é que ia fazer a cidade de Jesus!
Qual pinheiro de Natal, qual Pai Natal! A cidade de Jesus, pois!

A cidade de Jesus em construção

I. É melhor que os Reis Magos se ponham já a caminho!



II. As ovelhinhas devem estar bem juntinhas, não vá acontecer perderem-se...



III. É altura de começar a pensar em aquecer e preparar a gruta onde vai ficar o menino "com os pais"...


Desta vez, o J., ciente da sua maior idade, deixou que o primo, tranquilamente, se entretivesse com as muitas figuras que povoavam a cidade. Ele já tinha dado apoio ao avô, que as cidades prontas para ser habitadas precisam de quem lhes prepare o terreno e faça o chão...

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Angry Birds e dinossauros (outra vez)




No passado dia 26 decidimos ir novamente ao Pavilhão do Conhecimento, desta vez à exposição sobre os Angry Birds. Mas é claro que, à saída, o J. teve de trazer foi 2 dinossauros (e não foi um grande porque o pai achou um escândalo dar 20 moedas por ele) e dos livros que lhe dei a escolher o que achou mais interessante foi uma enciclopédia de dinossauros da Science 4 you.



Portanto, quanto a Pássaros zangados estamos esclarecidos... Convenhamos que comparar passaritos que utilizam catapultas e outros truques de engenharia, ainda que muito zangados, pouco são comparados com dinossaros voadores,



 dinossauros corredores, carnívoros, rápidos e assustadores (Velociraptor)



 e pesadíssimos, enormíssimos, ferocíssimos dinossauros carnívoros (Tiranossaurus Rex, Lagarto Tirano Rei, à letra, mais conhecido por T. Rex)




Agora, uma questão assaz pertinente... Porque é que o T. Rex tem os braços tão pequeninos???
Acaba até por lhe dar um certo ar cómico (cómico porque eles já estão muito mortos, é claro!!).
Essa situação foi, até, motivo de piadas entre o J. e o pai. Ora vejamos...

Um T. Rex está na escola e a professora faz uma pergunta. O T. Rex sabe a resposta, põe o dedo no ar, mas o bracinho é tão pequenino que a professora não vê...

Era ver o J. a rir com gosto e a imitar o bracinho no ar do T. Rex...

E para acabar este post, um video sério sobre o assunto, mas feito de uma maneira muito apelativa




Os dinossauros (outra vez)

O primeiro post sobre dinossauros data de 2011... Tinha o J. 3 anos, portanto. Nos anos subsequentes vão aparecendo notícias desses animais acerca dos quais o J. se assegurou de que estavam "muito mortos". Vem de há muito o interesse do J. por esses animais monstruosos do tempo em que a Terra não era ainda morada de humanos. Hoje, com 9 anos feitos, os dinossauros continuam a suscitar a sua curiosidade e o seu conhecimento tem vindo a aprofundar-se. O seu interesse continua vivo, agora alimentado também pelo visionamento do filme de Spielberg, Jurassic Park, de que me mostrou já um conjunto de cenas. Ficou combinado que o havíamos de ver juntos. Entretanto, fez questão de explicar que esse filme não pode ser visto por meninos com menos de 6 anos, porque ficam com medo. Quis assegurar-se com certeza de que eu não teria a ideia de o mostrar ao T.
Nem de propósito, no dia imediatamente a seguir ao fim da estadia do J. connosco, apanho, completamente por acaso, o Parque Jurássico no canal Hollyood. Não perdi a oportunidade de o (re)ver, com a memória já reavivada pelas cenas que o J. me tinha mostrado. Concordo com ele quando diz que não deve ser visto por meninos pequenos. O filme está muito bem feito, os animais são assustadores, tem suspense e muito sangue...


Estou a referir-me ao Jurassic Park de 1993. As cenas que o J. me mostrou pareceram-me ser todas dele. Mas não tenho a certeza. De qualquer modo, está prometido um Jurassic Park!!

L'oiseau et l'enfant

Quem diria que voltaria a ouvir esta canção francesa, que ganhou o festival da Eurovisão em 1977, na voz do J.? E como a canta tão bem!!!

Encontrei no youtube a interpretação deste jovem que deve ser pela idade do J. (e até tem algumas parecenças...)



O Lago dos Cisnes

A C. gosta muito de dançar. E desde muito cedo que vai a espectáculos de bailado e assiste até ao fim. Sem enfado nem sacrifício. Este ano, de novo, pela altura do Natal (mais precisamente a 17 de dezembro), a mãe levou-a ao Teatro Camões para ver O Lago dos Cisnes, bailado que já lá o tinha visto, não sei precisar exactamente quando.
Só que, desta vez, as coisas não correram tão bem, nem para ela nem para nós (mãe e avós) que a acompanhavamos.
Primeiro: a C. estava mal disposta, adoentada, com dores de garganta. Esteve desassossegada, o que nela não é habitual, durante os dois primeiros actos, quer dizer, até ao intervalo.
Segundo: o filme de Edgar Pêra, que me surpreendeu agradavelmente da primeira vez que o vi, provocou-me agora, na ligação com os movimentos do bailado uma sensação perturbadora e incomodativa. Como que uma permanente interferência que, em certas alturas, não deixava usufruir plenamente da beleza dos movimentos dos bailarinos. Considerei as imagens cansativas e excessivas.
Conclusão: após o intervalo a C. não quis continuar. A mãe achou por bem vir embora. E eu também. Em certa medida, tive pena. O corpo de bailarinos era muito bom, especialmente a bailarina principal.



Carnaval dos Animais

As nossas primeiras publicações sobre o Carnaval dos Animais datam de 2012. Tinha o J. 4 anos, a C. 1 ano e o T. ainda não tinha visto a luz do dia. Passado este tempo todo, o Carnaval dos Animais é familiar a qualquer um deles. Embora o J. já tenha perdido o entusiasmo inicial e esteja a descobrir outras músicas, volta sempre a elas com agrado; a C. e o T. vão-se deixando envolver pelas histórias que contam e que lhes contamos.
O mais divertido para o T. é «os ossos»...


Vem isto na continuidade do post anterior, a propósito da interpretação a que assistimos pela Orquestra Gulbenkian no passado dia 3 p.p. O facto de ter havido apenas uma apresentação inicial dos diferentes personagens, e não um acompanhamento com narrativa, empobreceu o espectáculo.
Talvez só tenha esta opinião por ter a referência da narração, quanto a mim, magistral, pelo actor inglês Johnny Morris. Mesmo não percebendo a língua, ou percebendo pouco, qual a criança (ou adulto!) que não se deixa impressionar pelo rugido do leão, pela voz do elefante ou pelo cantar do cuco?
Que pena não estar acessível no youtube! Creio que seria um meio de dar a conhecer e levar a comprar e não o contrário!!

retirado de: https://www.allmusic.com/album/saint-sa%C3%ABns-carnival-of-the-animals-mw0001374166

Pedro e o Lobo

No passado dia 3 de dezembro fomos à Gulbenkian com a C. e o T.. Desta vez, ouvir o Pedro e o Lobo de Prokofiev e o Carnaval dos Animais de Camille Saint Saens. Qualquer das peças era do seu conhecimento. 
Pareceu-me que se entusiasmaram mais com o Pedro e o Lobo. Eu também. O Carnaval dos Animais foi menos acompanhado pela narradora e pareceu-me tocado de forma muito apressada. 
Relativamente a Pedro e o Lobo, onde o papel da narradora mais se destacou, podemos dizer que Carla Bolito o desempenhou de forma competente, acompanhando e mimando de forma eficaz e discreta as diferentes situações da história. O final, é claro, foi politicamente correto. O lobo o que tinha era fome!!! E o que os caçadores fizeram foi alimentá-lo!!!

Deixo aqui uma animação que considero verdadeiramente extraordinária, sob o duplo aspeto das figuras criadas e da interpretação (é de Suzie Templeton e ganhou o Óscar de Melhor Curta de Animação em 2008). É de tal modo impressiva que até há bem pouco tempo o T. era incapaz de a ver sem estar acompanhado, quer dizer, ao colinho!!!





sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Glu Glu

Estava no outro dia a cantarolar para os meus netos o incontornável galo badalo, quando dou por mim só ao nível do refrão... Logo digo que havia de ir "estudar" para aprender a letra toda da canção. Certo é que logo se foram embora e logo eu me esqueci...
Devo ter usado seguramente a expressão "aprender", pois o T., que não é rapaz de esquecimentos, a propósito de novo trautear, surpreendeu-me ontem com a pergunta.
- Avó, já estudaste?
Oh vergonha! Tinha-me esquecido do TPC! Tive que dizer que ainda não, mas que o ia fazer. Então, aqui está o resultado do meu estudo. Pesquisa e recolha de informação, primeiro. Depois, aprendizagem por repetição!
Vamos lá a ver se passo no próximo teste!
A letra retiri daqui: http://claudiaborralho.blogs.sapo.pt/440076.html

 Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu

O Galo Badalo é bom cantador
Enche o peito de ar, fica mesmo um senhor
Com a crista vermelha, e vivo o olhar
A gente a querer dormir, e o galo a cantar

O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu

A Galinha Balbina gosta de grão
Vai enchendo o papo, parece um balão
E lá vai pondo os ovos, com muito jeitinho
Para de cada um deles, sair um pintainho

O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu

O Pinto Jacinto é um bom rapaz
Ora faz umas asneiras, ora não faz
Dá umas cambalhotas, rebola no chão
Escorrega-lhe um pé, e dá um trambolhão

O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu

O Peru Gluglu mora mesmo em frente
Lá na capoeira de toda esta gente
É de outra família, mas também alinha
Com o galo Badalo, o pinto e a galinha

O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu
O Galo Badalo, a Galinha Balbina, o Pinto Jacinto e o Peru Gluglu



A música, cantada pelo autor, retirei daqui: https://www.youtube.com/watch?v=2iQJZ0_xPIA


quinta-feira, 29 de junho de 2017

Menina a tocar violino







A primeira apresentação pública da C. enquanto aprendiz de violino foi no passado dia 16 de junho. Os avós não puderam estar presentes nessa altura devido a compromissos profissionais. Mas no dia 21 a pequena artista foi convidada para uma nova apresentação pública. Aí sim, os avós puderam ouvir boa música e ficarem encantados com aquela menina tão compenetrada a fazer sair de uma pequena caixinha um conjunto de sons mágicos que, acompanhados ao piano, soavam assim:



A letra associada a esta música, na geração atual, é esta:


Twinkle, twinkle, little star

How I wonder what you are

Up above the world so high
Like a diamond in the sky
Twinkle, twinkle little star
How I wonder what you are



When the blazing sun is gone

When he nothing shines upon
Then you show your little light
Twinkle, twinkle, all the night
Twinkle, twinkle, little star
How I wonder what you are


Eu, que sou da geração francófona, aprendi de outro modo:

Quand trois poules s'en vont aux champs
La première va devant
La deuxième suit la première
La troisième vient la dernière
Quand trois poules s'en vont aux champs
La première va devant








Uma duas d'argolinha

LENGALENGA


Uma duas d'argolinha
Põe o pé na pinculinha
O rapaz que jogo faz
Faz o jogo de capão
'Ch'ta cão Manel João
Diz à velha do cordão
que recolha o seu pezinho
Que recolha o seu pezão

Esta lengalenga é do avô. Eu não a conhecia.
Tem as características normais das lengalengas, incluindo aquelas palavras às quais davamos um sentido (ou não davamos nenhum) mesmo que o não tivessem. 
Lendo agora o que não é para ser lido e procurando entender o que é dito, surge-nos a dúvida quanto à palavra "pinculinha", bonita palavra! Diz aquele que foi criança que a "pinculinha" era a pontinha mais alta de um ramo de uma árvore. Diz o agora avô que "piculinha" deve ser uma deturpação de "pincarinha" (derivado de "píncaro"). 

sábado, 17 de junho de 2017

A que sabe a lua?




Há já muito tempo que os animais queriam averiguar a que sabia a lua...

Curiosos, hem???!!! E ousados!! A que saberia a lua??? Logo a lua, tão brilhante, tão longe, tão alto....
Mas que tentação... A que saberia a lua? Saberia a massa de bolo de arroz tão boa? Ou a chocolate? Ou a massinha? A carne? A peixe? A maçã? A banana?

A que saberia a lua?

Mas como, como lá chegar?


Está longe a lua, tão longe....

Mas talvez haja uma maneira de lá chegar e de conseguir prová-la. Haverá?

A tartaruga, vagarosa e resistente, há muito que matutava nisso! Há mesmo muito tempo, que tempo não era o seu problema! E resolveu lançar-se a caminho...
Mas... será que vai conseguir sozinha? Ou será que vai precisar de ajuda? 
Quem mais quererá chegar à lua, tocá-la, cheirá-la, prová-la?

Conseguirá a tartaruga saborear a lua?

Como? Como será isso possível?

Vamos  ouvir a história?

Neste vídeo encontramos a narrativa acompanhada de imagens.





E neste vídeo encontramos as imagens acompanhadas de música.




Quem não percebeu nada disto, e ainda hoje continua a não perceber, é o peixinho!



Bem, há sempre quem não perceba que desejar e alcançar o que se deseja é muito bom! Mesmo que para isso seja preciso muito esforço!
Ora tenta lá peixinho, tenta lá provar essa lua a ver se consegues!! Pois tu, que nem sequer pensaste alguma vez a que saberia lua, como te atreves a julgar aqueles que o desejaram e conseguiram???

Tens muito que aprender, peixinho, tens muito que crescer. Há mais mundo do que aquele que vês refletido nas tuas águas!!!

domingo, 21 de maio de 2017

Onde estão os ovos que estavam dentro do ninho? Resolução da quadratura do círculo

Ou o mistério do mês de maio

«Este é o maio
o maio é este...»

Há 1 ovo.
Há ninho.
Há passarinhos.
Continua a haver flor.





Contributo para uma revisão da teoria de Piaget...

Segundo a teoria, o T. está no período pré-operatório, no início da segunda fase. Pensamento intuitivo, querendo com isto dizer, pensamento centrado na percepção imediata, portanto, nada de reversibilidade do pensamento. Egocentrismo intelectual, centração num só aspeto ou ponto de vista... blá, blá, blá...





Pois, só que há assuntos de grande interesse que não podem estar sujeitos às limitações do intelecto. Como o que diz respeito a comida, comidinha boa que é coisa que muito agrada ao T.

Croquetes. Coisa deliciosa. 
Um croquete? Mas o que é isto, avô? 
- «Avô, não vai chegar...»
O avô, homem versado em ruralidades, latinidades e psicologia resolve testar o estádio de desenvolvimento do pequenote. Vai daí, corta o croquete em quatro e pergunta:
«Então T.? Quando é que é mais? Antes ou agora?»
Resposta pronta e fleumática:
«É quando puseres outro.»

sábado, 20 de maio de 2017

Complexo de castração ou o que aconteceu às meninas?


Retirada de https://pt.123rf.com/photo_38817159_desenhos-animados-garotinho-sentado-no-vaso-sanit%C3%A1rio.html
Desta vez, a conversa foi com o T.

Sentado na sanita, ainda num equilíbrio instável, inicia um diálogo que não consigo reproduzir exatamente, mas que vai girando em volta do tempo em que era pequenino (!) e tinha que se sentar no bacio...Pois tão pequenino que até poderia cair dentro da sanita... Até que a conversa chega às meninas...

                                               «As meninas deixaram cair a pilinha na sanita?»

Nota - O T. tem 4 anos e meio.

domingo, 14 de maio de 2017

Domingo à tarde...

Uma hora de música na Gulbenkian com a família...

O T. ainda esteve atento às duas primeiras, mas a C. nem isso... 
Mas o jardim e os patinhos, esses foram encantadores!

Música dos Animais

Concertos de Domingo



Uma das passagens musicais mais imediatamente reconhecíveis de Rimsky-Korsakov, O voo do moscardo, é um interlúdio da ópera A fábula do Czar Saltan. Passagem de extrema dificuldade técnica, autonomizou-se da cena em que Gvidon, filho do Czar, se deixa transformar num moscardo.
As cordas apressadas e zumbidoras ilustram precisamente esse momento. Talvez não haja, no entanto, relação mais aprofundada entre música e o mundo zoófilo do que O Carnaval dos Animais, composição tão lúdica e bem-humorada que Camille Saint-Saëns só permitiu a publicação integral póstuma, temendo que fragilizasse a sua reputação.

Orquestra Gulbenkian
Samuel Barsegian
 Maestro
Bin Chao Violino
Nikolai Rimsky-KorsakovO voo do moscardo
Camille Saint-SaënsO Carnaval dos Animais: “O Cisne”
Gioachino RossiniAbertura da ópera La gazza ladra
He ZhanhaoThe Butterfly Lovers Violin Concerto
retirado de: https://gulbenkian.pt/musica/evento/musica-dos-animais/?utm_source=facebook_post&utm_medium=social&utm_campaign=musica_Animais_20170508


https://www.youtube.com/watch?v=6MO25MV7awo

sábado, 22 de abril de 2017

A atração de Édipo ou uma revisão do conflito edipiano

Édipo, o príncipe que resolve o enigma da Esfinge...



Édipo e a Esfinge de Tebas, c. 470 a.C., Museo Gregoriano Etrusco, Vaticano
retirado de http://dimensaoestetica.blogspot.pt/2011/01/arte-e-os-enigmas-do-mundo.html

A Esfinge, monstro feminino, cabeça de mulher, corpo de leão e com asas de ave de rapina...


reirada de: http://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection_object_details.aspx?objectId=398995&partId=1

A Esfinge que assolava a cidade de Tebas devorava quem não soubesse responder ao seu enigma:

Qual é o ser que caminha ora com dois pés, ora com três pés, ora com quatro e que é mais fraco quando usa o maior número de pés?

Édipo responde:

É o Homem, porque o homem gatinha na sua primeira infância, depois desloca-se sobre dois pés e apoiado num bordão no declinar da vida.

Depois desta resposta, a Esfinge, derrotada, atira-se para o abismo do alto do rochedo onde se encontrava e Édipo entra triunfante na cidade grega de Tebas!

Grande e trágico Édipo! A caminho da glória e da perdição. Ignorante, como qualquer humano, do seu destino!!!


Ainda não se sabe bem porquê, mas encantada com tamanha inteligência e ousadia, a C. depois de se certificar se Édipo já se tinha casado com alguém, declara a sua intenção: «Mãe, quero casar com Édipo!!!». Felizmente, nós sabemos que as afeições infantis desta natureza NUNCA se mantêm. E que os casamentos ocorrem em idades muito mais tardias. 

Não comentamos o conflito edipiano e gostaríamos mesmo de saber se esta atração revelada por Édipo por parte de uma menina em início de fase de latência não seria razão suficiente para uma revisão do conceito psicanalítico. Afinal, o conflito de Édipo não terá de ser revisto à luz do que eu denominaria, influenciada por este que considero um case study, a atração pelo conhecimento? Afinal, Édipo, antes de ser aquele que comete um crime, é aquele que se apresenta como o que ousa desafiar a esfinge, aquele que confia em si ao ponto de arriscar a vida numa pergunta. Não é essa a melhor imagem daquele que é movido pela paixão do conhecimento? Não é essa a melhor imagem da humanidade? E essa ousadia, essa coragem não é profundamente atraente? Não foi por isso que a C. ficou encantada? 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

TPC para avós distraídos



Desta vez o TPC é sobre

Yo-Kai Watch

Tarefa: Recolher informação relevante.

Yo-Kai Watch: a próxima paixão dos seus filhos

Título  de NOTÍCIA NO «OBSERVADOR» DE 22/4/2016, 22:23



Esta notícia é de abril, avó!!! Estavas distraída! Está bem... pronto! Atenuante... a notícia só fala de filhos! Devia dizer «a próxima paixão dos seus filhos e netos»!!!! Isso, sim! Era notícia!

Quando o J. me falou destes bonequinhos, lembrei-me dos Pokémon. Vá lá, vá lá, não foi mal lembrado...


«O fenómeno Yo-Kai Watch
Lançado em 2013, Yo –Kai Watch lembra, em muito, a série Pokémon, com as centenas de simpáticas criaturas para colecionar que possui. Apesar do conceito no papel parecer tétrico, em Yo-Kai Watch o protagonista tem um dispositivo que lhe permite ver Yo-Kai (os fantasmas ou assombrações do folclore japonês). Mas tendo em conta a larga experiência da LEVEl-5 no público infanto-juvenil, Yo-Kai Watch não tem nada de assustador no enredo, sendo quase todo o desenrolar da história de uma tremenda diversão.

Em Yo-Kai Watch conseguimos perceber que grande parte dos problemas quotidianos dos habitantes da pequena cidade japonesa onde vivemos se devem a assombrações. Entre a animosidade dos “nossos” pais que são causadas pela pobre Yo-Kai que tem saudades do namorado, passando por colegas de escola que não se conseguem concentrar devido à ação de um fantasma próximo, a nossa missão é quase a de um detetive juvenil, ao bom estilo dos livros do género que povoaram o nosso crescimento. Cabe-nos resolver os mistérios que circundam a cidade, combatendo os fantasmas que assombram os incautos habitantes.»


«Com uma série de animação a ser estreada em Portugal dia 16 de maio, através do canal Cartoon Network, é certo que o fenómeno que dominou comercialmente o Japão, e cujo sucesso se alastrou de imediato para o Ocidente com o lançamento do jogo nos EUA, terá o mesmo impacto na Europa. E nós que já andamos há semanas a jogar o jogo ininterruptamente podemos atestar: apesar do público-alvo de Yo-Kai Watch ser o infantojuvenil, existe aqui um tremendo potencial para ser jogado em família. Com mecânicas muito simples baseadas em minijogos no ecrã tátil ao bom estilo dos jogos de telemóvel, Yo-Kai Watch é acessível para qualquer jogador a partir dos 6 anos.»

retirado de http://observador.pt/2016/04/22/yo-kai-watch-proxima-paixao-dos-seus-filhos/

sábado, 1 de abril de 2017

A quadratura do círculo ou onde está o ninho que tem dentro os ovos de um passarinho?



Aposto que não adivinham!!!

Onde está o ninho??? 

Na sebe?

Numa árvore?

Longe de casa?

Nãão!

Foi uma descoberta surpreendente!

Vejam se adivinham com este video!



A ginástica que o avô anda a fazer! E não é só para tirar as fotos e fazer os filmes...

A dificuldade está em conseguir regar a flor e manter o ninho!!!

Mas ainda vai haver outro problema!!! E esse não sabemos se terá solução... ou melhor, se terá uma boa solução... Mas isso fica para outro post...

Ovos de Primavera ou surpresas de Rabirruivo



Sei de um ninho
ninho com 3 ovos

Sei de um ovo

Sei de outro ovo
No dia seguinte...4 ovos


De mais outro ovo




De mais outro ovo

Todos dentro do ninho


E nunca vi o passarinho



No dia seguinte...5 ovos

sexta-feira, 31 de março de 2017

DIA MUNDIAL DA POESIA

Foi há dez dias. Mas a poesia é de todos os dias.

Camões. Este ano elejo Camões! 

Verdes são os campos,
De cor do limão:
Assim são os olhos 
Do meu coração

Verts sont les champs,
Couleur citron:
Ainsi sont les yeux
De mon coeur.

Greens are the fields,
De colour of lemons:
So are the eyes
Of my love




Estas traduções foram retiradas da Wikipedia, a grande enciclopédia dos tempos modernos! O saber ao alcance de todos, ao alcance da mão, à distância de um click. Mas não me parece mal. Notemos o pragmatismo da língua inglesa que nos dispensa a interpretação do último verso. É da sua amada que Camões fala. Para quê disfarçar?

Camões, desenho de J., 8 anos
Esta ideia foi despoletada por este extraordinário desenho do J. 
E não é Camões o grande poeta conhecido pelo mundo inteiro? Pois, não dá nome a nenhum aeroporto, não se chama C. R. nem se sabe se alguma vez chutou numa bola (de trapos...)... Algum menino, hoje, sabe o que é uma bola de trapos???

retirado de http://angolainterrogada.blogspot.pt/2010/07/os-donos-da-bola.html

E como não podia deixar de ser, a música de Zeca Afonso a reforçar o lirismo do poema. Os pais dos meus netos aprenderam desde muito cedo esta canção. E os meus netos também. 

Deixo aqui a interpretação do Zeca e uma outra de que também gosto muito, a da Teresa Silva de Carvalho.






segunda-feira, 6 de março de 2017

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O meu gato...

O MEU GATO PESSOAL E PRIVADO ESPECIALMENTE RESERVADO PARA MEU USO PARTICULAR

É este o título traduzido do livro que vai seguir para o J.



É muito difícil traduzir este livro, porque ele não conta simplesmente uma história mas faz uso dos sons da língua para construir sentidos e efeitos...


























Este livro só me levanta uma interrogação...
Como é que se escreve uma história inteira sobre um gato e ele nunca faz MIAU?

Então, eu acrescento:

Miau
Miau
Miaaauuu

em português, em inglês
em grego ou em francês
o meu gato
a minha gatinha
fazem

                             
 Miau, miau, miaaauuuu 
no quarto
na sala
ou na cozinha!!!




Cheguei atrasado à escola porque




Esta história é muito importante para podermos perceber a grande diferença entre as crianças e os adultos...



Formigas gigantes ao pequeno-almoço, canhões a disparar dentro da casa de um vizinho, ninjas ferozes que atacam meninos nas paragens do autocarro, bailarinas assustadoras, gorilas que confundem autocarros com bananas, toupeiras que raptam meninos que andam de skate, ser pequenino e ser gigante e ser normal outra vez, cair num lago no meio de um monstro-bolha peganhento,
elefantes que agarram meninos com a trompa e os passeiam em desfile, meninas de capuz vermelho que não sabem o caminho para a casa da avozinha,
ter muita fome e logo encontrar a casinha de chocolate no caminho,
ficar encantado atrás da flauta mágica (de Hamelin?),
ficar preso numa teia de aranha gigante, libertar-se com o cinto de engenhocas e logo encontrar o monstro Pé-Grande e o Abominável Homem das Neves a quererem uma fotografia,
sair do bosque e logo encontrar-se cercado por um rebanho de ovelhas e de patos,
receber o pedido do Presidente para ajudar a salvar o planeta de uma invasão de extraterrestres e receber como recompensa uma volta no seu avião particular,
estar quase, quase a chegar à escola e descobrir que se tinha esquecido da sua mochila, ter voltado a casa através da máquina do tempo...

NÃO SÃO BOAS RAZÕES PARA CHEGAR ATRASADO À ESCOLA? O QUE É QUE ISTO TEM DE ESTRANHO???

E não é que a professora o que tem para dizer é:

«Pois claro... e queres que eu acredite nesta história?»

Os adultos são mesmo pessoas esquisitas! É que não têm imaginação nenhuma!!!

Então, seria melhor dizer, simplesmente: «O despertador não tocou?»

Francamente!!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Se essa rua fosse minha

Uma das mais belas canções populares, em versão infantil!

Chega do Brasil, como o Sabiá...


Agora numa versão de Villa-Lobos (informação do youtube) com o som grave do violoncelo e a interpretação na voz de Ana Salvagni (que não conhecia). Hesitei entre esta e a da Maria Bethânia...


Cantiga D'embalar Avozinhas

Banda do Casaco, 1976. 40 anos tem este álbum. Dei a conhecer à C. e ao J.. A Morgadinha fez sensação. Dá para cantar e para pular. No carro, que é onde ouvimos este CD. O Fungagá foi ficando para trás...
A seguir à Morgadinha, a escolha recai na Cantiga D'embalar Avozinhas...

Mal sabia eu, há muitos anos, quando cantarolava a Morgadinha dos Canibais, que ainda havia era de aprender a Cantiga D'embalar Avozinhas...

A Morgadinha é a primeira, a Cantiga da Avozinha é a última...


Faz ó ó avozinha 
O papão foi-se embora
Avozinha já não chora