terça-feira, 23 de agosto de 2016

Avó, já não tenho medo do T Rex!

Fez 3 anos o post Quando as galinhas tinham dentes (31 de julho, 2013). Por essa altura, ainda o T. não tinha feito um ano. O mundo dos dinossauros era-lhe estranho. Por essa altura, tinha o J. 4 anos, quase 5. Tínhamos ido à exposição do Pavilhão do Conhecimento, intitulada precisamente T. Rex - Quando as galinhas tinham dentes, e que deu origem a uma série de posts.




O J. gostou, claro! Embora se assegurasse, repetidamente, que os dinossauros já estavam mortos. Muito mortos, mesmo.
Agora, o T. tem 3 anos, quase 4. E, depois de os ter visto, há cerca de um ano, no Museu Natural de Londres (isto não significa qualquer desprimor com o nosso Museu da Lourinhã; é que este está menos à mão) isso não o entusiasmou, não. Pelo contrário, sempre manifestou a sua antipatia pelo T. Rex, o que nunca impediu, claro, que os dinossauros que se encontram aqui por casa fizessem parte das suas brincadeiras.

Hoje, ao telefone, o T. dá-me a novidade:
- Avó, já não tenho medo do T. Rex!

É este o segredo do sucesso dos dinossauros junto da pequenada. Podem neles projetar os seus medos e podem progressivamente ultrapassá-los! O seu ar gigante e monstruoso, terrífico, inspira temor. Em certo sentido, os dinossauros são a representação de todos os medos. Mas, ao mesmo tempo, a certeza da sua não existência real, de estarem "muito mortos", que a criança persiste em assegurar-se, permite que esse medo seja saudavelmente ultrapassado e que o psiquismo da criança se vá progressivamente organizando. O mundo interior e o mundo exterior vão-se diferenciando apoiados no duplo poder da fantasia e do real.


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