domingo, 16 de setembro de 2012

O macaco de rabo cortado

Qundo vou a uma livraria, seja qual for o propósito, nunca deixo de visitar a secção infantil.  Hoje encontrei um livro do António Torrado, com adaptações de histórias tradicionais. A primeira é relativa ao Macaco de Rabo Cortado. Como é que ainda não me tinha lembrado desta história! É que me parece que será do agrado do J.

A história de um macaco maroto que por causa do seu rabo cortado decide andar a tirar, dar e voltar a pedir é muito engraçada!

A lengalenga final é fácil de decorar

De rabo fiz navalha;
de navalha fiz sardinha;
de sardinha fiz farinha;
de farinha fiz menina;
de menina fiz camisa;
de camisa fiz viola;
tum, tum, tum,
que eu vou p'ra Angola
tum,tum, tum
que eu vou p'ra Angola

A história, tal como a aprendi, pode ser lida e vista aqui, de onde também retirei as imagens que aqui deixo http://santa-nostalgia.blogspot.pt/2009/07/o-macaco-de-rabo-cortado-viagens-pelos.html

As ilustrações são da artista plástica, Maria Keil, há pouco tempo falecida (12 de Junho).








- Ora, o macaco, passado um tempo, o que foi fazer?

- Pedir a camisa de volta! Pois claro!

- E a camisa? Estava nova?

- Claro que não!!! A camisa já tinha sido muito, muito usada. Tão usada que até já estava....estragada, quer dizer, neste caso, rota.

Escusado será dizer que o tonto do macaco não faz mais nada... zumba! Num gesto rápido tira a viola das maõs do músico!!

E então, todo contente - e desafinado - acrescento eu, cantou esta canção com voz de macaco!

A adaptação do escritor António Torrado está aqui

http://ebemoniz.prof2000.pt/projectos/9A/macaco/historia2.htm

Flauta Mágica

Esta é uma surpresa para a mãe da C.


Aos meus olhos e ouvidos, esta interpretação de Kenneth Branagh é extraordinária. Ainda não ouvi tudo, mas fiquei encantada com a Abertura e andei aos saltitos pelo resto. Admito que para um verdadeiro melómano seja uma heresia ou para uma interpretação iniciática da obra, como parece ter sido intenção do autor, mas para um público menos erudito e exigente, a ideia de associar a luta com o dragão- serpente à situação humana, demasiado humana da guerra é notável. E o modo como a música acerta com a imagem!
Além disso, vejamos, Kenneth Branagh não é um qualquer!!! Também tem créditos, ora essa!

Agora é só procurar a Parte II no caso de interessar:)

sábado, 15 de setembro de 2012

Um rato verde

Hoje o J. cantou para mim a canção que tinha aprendido esta semana «na escolinha».

Cantou-a toda sem hesitação!!!

Tenho um neto com veia musical. Disso não há dúvida.

Como gosto de me manter atualizada relativamente aos gostos do meu neto, deixei tudo para trás e corri para o youtube!

Logo encontrei «Une souris verte».

Para não mais esquecer a primeira canção cantada em francês, ao telefone (sim, sim, ao velhinho telefone), pelo J., para a sua avó.

Agora, aguardo que o J. me diga qual a versão e o video do qual gosta mais.









Os relógios despertadores são uma boa ideia

Hoje fiquei a saber pela voz do J. que já tem um despertador.
Ora, um despertador para quê?

«Para acordar de manhã para ir para a escolinha!»

«Uma escolinha grande!»

«De meninos grandes!»


Há todas as razões para termos esperança! Enquanto houver despertadores, escolinhas e vontade de crescer!!!

Pudera! Os despertadores de hoje acordam com música!
E que música!

A dos Schtroumpfs!

E para que ficasse esclarecida ouvi o meu querido J. a cantá-la para mim.

Quando ele aqui vier (que eu sei que ele virá) talvez goste destes dois videos que aqui deixo :)

Eu gostei muito de o ouvir e só com ele descobri o encanto que um despertador pode ter...



e em português, os Smurfs (não sei a razão desta opção pela tradução inglesa)...



Bate bate coração

Sabíamos que o J. cantava esta canção (talvez mais propriamente o refrão...), com a entoação e a respiração de uns três anos ladinos e irrequietos

Mas só cantava quando lhe apetecia ou quando a voz da sua mãe o estimulava

Todas as canções que as crianças que amamos cantam ganham um estatuto encantatório e passam a não caber em nenhuma classificação... a música não é boa nem é má, nem pirosa nem pimba, a letra não é interessante nem deixa de ser...  Não é isso que importa. Até confundimos músicas e letras (mais do que o habitual...)

Passado um tempo, a única coisa que verdadeiramente existe é o nosso registo interior, é a imagem daquele ser tão pequenino vindo ao mundo, sempre pelas nossas mãos, e que nos oferece sem saber as nossas mais intensas e boas recordações.

Não há-de uma mãe duas vezes estar grata?

A canção de que falo já não pode ser mais encontrada.
Apenas a canção criada e interpretada pelo malogrado Carlos Paião.
Ora aqui está ela!

http://www.youtube.com/watch?v=xaEr9_xKzLc

(só consigo este video do Youtube, com o próprio Carlos Paião a cantar, neste formato!)

Cinderela pois então!

E porque acho interessante a interpretação do autor do «Chico Fininho», coloco aqui as duas!





quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Vamos ter de volta a abelha Maia!!!


A personagem Abelha Maia, figura da popular série televisiva de animação que estreou em Portugal em 1978 e que marcou uma geração, foi criada há 100 anos pelo escritor alemão Waldemar Bonsels.
A abelha Maia fez cem anos!!! E, para comemorar, vamos ter uma nova série para 2013.

Eis a notícia retirada daqui:
http://www.dn.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=2714616&seccao=Televis%E3o&page=-1

O autor, originário da cidade de Hamburgo, escreveu o livro infantil "A Abelha Maia e as suas aventuras" para os filhos, tendo publicado a obra em setembro de 1912.

Até ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o livro vendeu cerca de 90 mil exemplares.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a obra tornou-se famosa entre os soldados alemães na frente de batalha e em 1954, dois anos depois da morte de Bonsels, alcança a marca de um milhão de exemplares vendidos.

No 60.º aniversário da morte de Bonsels, assinalado no passado dia 31 de julho, um grupo de intelectuais alemães analisou a vida e a obra do escritor.
"Bonsels apresentou no livro um inquietante eixo moral do amigo-inimigo", afirmou o especialista em literatura Sven Hanuschek da Universidade Ludwig-Maximilian de Munique, citado pela imprensa internacional.

A personagem de Bonsels foi adaptada para televisão em 1976, numa co-produção do Japão, Alemanha e Áustria.

Segundo Josef Gohlen, o 'pai' da série televisiva, o objetivo foi criar uma abelha diferente daquela que surge no livro de Bonsels.

"Um pouco mais emancipada e antiautoritária", afirmou Gohlen, recordando que "a abelha valente da obra de Bonsels não era muito popular nos anos 1960", porque "o autor era acusado de cooperar com os nazis".

A personagem, sempre acompanhada pelos amigos Willy (abelha) e Flip (gafanhoto), acabou por ser traduzida em mais de 40 idiomas e transformou-se numa estrela internacional até hoje recordada com nostalgia.

Para assinalar este aniversário, a televisão pública alemã ZDF vai produzir 78 novos episódios da "Abelha Maia" em três dimensões, que devem estar prontos em 2013.

Aproveito, então, para deixar aqui o genérico da série na versão portuguesa



 
Mais um ponto em comum entre a minha geração (que a conheceu através dos filhos..) a dos meus filhos e a dos filhos dos meus filhos...

E, como vivemos num mundo globalizado, e os meus netos, segundo me parece, terão de ser poliglotas... vou colocar aqui a versão francesa (gosto  mais da portuguesa...)

 
 
E a inglesa
 
 
 
 
E a grega :))
 
 


E já agora, na versão alemã




Mais uma canção para cantarolar ao J. e à C. Na minha versão..
Só me lembro da canção e do ar simpático da abelhita. A única abelhita no mundo que considero simpática. Apesar de eu saber que se ela ferra, morre (no que me parece ser grande castigo, principalmente comparando com a vespa que a um olhar míope como o meu é muito parecida...), apesar de saber como são amigas das flores (bem sei da polinização...), apesar de saber que produzem o mel que faz tão bem aos humanos... a minha alergia (alergia mesmo a sério) a este ingrediente do «néctar dos deuses» acaba por me fazer considerar qualquer abelha como um inimigo indispensável!

Quem serão os artistas que interpretarão a nova canção? Só agora fiquei a saber (afinal, é tão evidente) que o genérico tem as vozes da Ágata e do Tó Zé Brito.

 



 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Chamava-se Nini...

Num dos posts anteriores, a despropósito, referi-me ao «Namoro» do Sérgio Godinho.
E, ideia puxa ideia, lembrei-me desta canção do Paulo de Carvalho que, isto é que É MUITO IMPORTANTE,
o J. cantava tão bem.
Apenas com 3 anos.

Não, não foi a avó que cantou para ele.
Foi a sua linda mamã.

Há canções assim... de avós, de filhos, de filhos dos filhos

Chamava-se Nini
Vestia de organdi
E dançava
Dançava...

Dançava só p'ra mim
Uma dança sem fim
E eu olhava
Olhava...

Isto também é um bocadinho, mais do que um bocadinho, de avó

Diz-se das conversas que são como as cerejas. Uma conversa puxa a outra - presumo que é isto que acontece com as cerejas, pelo menos quando estamos a comê-las:) - e está-se assim a conversar sem rumo nem fito. Claro que hoje em dia este dito anda um pouco esquecido, pois há muito pouco tempo para conversas. E quanto a compreender a comparação, tenho também a dizer que as cerejas só existem em certas zonas do país, todos os anos há largos prejuízos por causa da chuva antes do tempo, do granizo ou do calor excessivo e quando chegam ao mercado ou ao supermercado são sempre muito caras para o bolso do português da classe média, cada vez mais baixa.
Vem isto a propósito do post anterior, porque, afinal, também os pensamentos são como as cerejas... e, como dizia, o post anterior fez-me lembrar as canções-histórias do Sérgio Godinho e os belos romances populares como o da Bela Infanta ou o do Conde Nino (ou do Conde Alemanha..). Ora estes romances já me parecem ser muito próprios para cantar à J. ou ao C., dentro de pouco tempo. Assim não me falte o tempo, o engenho e a arte.
Para já, vou deixar aqui uma versão do belo Romance do Conde Nino que descobri no Youtube cantada pelo Paco Ibanez. Não resisto à voz do Paco Ibanez e a esta história mágica...



Afinal, também envcontrei a versão portuguesa na voz do Luís Cília - que saudade - com um belíssimo acompanhamento (muito superior ao do Paco Ibanez, verdade seja dita). Foi com ele, aliás, que tomei conhecimento desta história trágica de amor.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Isto é um bocadinho, só um bocadinho, de avó

«De pequenino se torce o pepino»
 
Diziam os adultos, quando eu era pequenita, com ar grave justificando uma repreensão, uma chamada de atenção... Com esta expressão queria dizer-se que as crianças deveriam ser educadas desde cedo. Esta educação significava que deveriam ser contrariadas nas suas tendências, admoestadas e levarem até umas valentes palmadas. Nada disto provocaria problemas no seu crescimento, antes pelo contrário, seria condição para um crescimento vigoroso e saudável. Não me pronuncio acerca das virtudes desta educação baseada nesta comparação agrícola, até porque não percebo nada de pepinos e, por sinal, caem-me muito mal. Salada que leve pepino é de imediato afastada do meu cardápio.
Portanto... vem isto a propósito do post anterior e do título do álbum de Sérgio Godinho «De pequenino se torce o destino». A letra é aparentemente simples, assim como a música, e há um jogo interessante na repetição das palavras e com a sua sonoridade. A letra é pequenina, como acontece com ele noutros casos, e distancia-se da anterior e de muitas outras que chegam a ser uma espécie de «romance».
 
 
De pequenino
de muito pequenino
se torce o destino
se torce o destino

Primeiro sem saber porquê
e depois com um quê
de quem já sabe de saber mudar
de quem já sabe de saber fazer
uma outra terra no mesmo lugar
um lugar feito para gente viver
e mesmo que seja longo
mesmo que vá demorar

De pequenino
de muito pequenino
se torce o destino
se torce o destino
 
 

Isto não é bem de avó

Pois é..
Isto é apenas uma música e uma letra bonitas.
Não sei onde estarão as «cartas em papel perfumado» de que a canção fala quando o J. e a C. passarem por este sentimento... De há muito que não se fala em cartas, quanto mais em papel perfumado. Mas não duvido que será eterno o perfume e o encanto dos olhos que se olham nos olhos e de um sorriso «só para mim»...

Canção «O Namoro» retirada do álbum "De Pequenino se Torce o Destino" de 1976 por Sérgio Godinho.

Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse, ela tinha
um sorriso luminoso tão triste tão gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista
nas acácias floridas, na fímbria do mar

Sua pele macia era sumauma
sua pele macia, cheirando a rosas
seus seios laranja, laranja do Loje
eu mandei-lhe essa carta
e ela não disse que não

Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
"por ti sofre o meu coração"
num canto "sim", noutro canto "não"
e ela o canto do "não" dobrou

Mandei-lhe um recado pela Zefa do sete
pedindo e rogando de joelhos na chão
pela Senhora do Cabo, pela Sta Efigénia
me desse a ventura do seu namoro
e ela disse que não

Mandei à Vó Xica, quimbanda da fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço bem forte e seguro
e dele nascesse um amor como o meu
e o feitiço falhou

Andei barbado, sujo e descalço
como um monangamba procuraram por mim
não viu, não viu, não viu o Benjamim
e perdido me deram no morro da Samba

Para me distrair levaram-me ao baile
do Sr. Januário, mas ela lá estava
num canto a rir, contando o meu caso
às moças mais lindas do bairro operário

Tocaram a rumba e dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu
e a malta gritou: "Aí Benjamim!"

Olhei-a nos olhos, sorriu para mim
pedi-lhe um beijo, la la la la la
e ela disse que sim
e ela disse que sim

domingo, 9 de setembro de 2012

Mozart, Flauta Mágica, Parte 1

A Flauta Mágica numa versão em língua inglesa, com a chancela da BBC, a pensar num público infantil.
Mais uma descoberta da mãe da C.
Para encantar miúdos e graúdos. Cada um à medida das suas possibilidades, com os seus tempos e ritmos próprios. por enquanto, a C. gosta da parte inicial e da ária do Papageno!
Aguardo a reacção do J.