Retirado daqui: http://sociedaderaio.blogspot.pt/2010/09/sociedade-do-raio.html |
1- “Rai’s te parta (o homem, a mulher, etc….)!” Rai's parta isto! Ou, simplesmente, Rai's parta!
2- “Ah! Homem (mulher) de um raio!”
Há uma diferença muito grande entre estas duas
expressões populares que usam ambas o termo «raio». Ora vejamos:
No 1º caso, a expressão utiliza-se em momentos de
zanga e é como uma praga… Raios venham que te partam! É popular e não é socialmente muito bem vista... Apesar de não ser o que se costuma dizer "uma asneira", não é uma expressão muito polida e não convém usá-la, pelo menos em público, a não ser que o falante não se importe de ser considerado "pouco educado".
No 2º caso, temos uma expressão utilizada como
admiração por qualquer feito prodigioso… Também é popular, mas não tem a conotação da primeira.
Como se pode compreender a diferença entre o significado destas duas expressões?
O avô Gil, homem dado aos clássicos e às latinidades,
que depois de ler os Grandes Poetas, aqueles de quem todos ouvimos falar e de quem
os netos também hão-de ouvir falar, como HOMERO, OVÍDEO, DANTE… passou para os
menores (que são grandes à mesma, claro, mas um bocadinho menos que os
anteriores) como por exemplo APOLÓNIO de RODES ou LUCANO, parece ter encontrado
nestes poetas antigos uma resposta (mais uma, aliás). Assim, acreditava-se que,
sendo o raio lançado pelo deus Júpiter (entre os romanos), o sítio onde este
tocava passava a ser sagrado. Por isso, era assinalado como sagrado (uma pedra,
um altar, um marco) ... era o que se pode chamar...“lugar de um raio”!. Assim, dizer
de alguma coisa ou de alguém que “é de um raio” é apontar-lhe algo de
extraordinário, como que tendo sido tocado pelo divino.
Bem sei que isto é explicação prematura para os meus
netos (mas a alternativa é só virem a saber com a minha idade J).
É que Avó prevenida vale por duas. Quando surgir
oportunidade, estou preparada!
Júpiter (séc.II d.c. atualmente no Museu do Louvre) |
PS – Já agora, os Antigos acreditavam que o raio
voltava para trás, para as mãos de Júpiter.
Bom...os italianos têm uma expressão semelhante para o raio da paixão. Não sei de onde vem nem para que mãos volta, mas parece que aqueles que são tocados por ele, é fatal como o destino, acabam juntos. Fim.
ResponderEliminarApesar da sacralidade de sermos tocados por um raio divino (dos de Júpiter), caso ele não seja metafórico, será melhor continuarmos profanos. Os raios deixam tudo preto, estorricado. Que o digam os porcos do meu pai que ficaram ali em filinha indiana, sem se conhecer o filho da mãe, os vizinhos dos vizinhos. Nã, nã...que os raios de Júpiter me passem ao largo.
Oh, o avô Gil é homem de muita ciência. Ainda tem muito para dar ao mundo e o mundo a ele:))
Beijinho
Corroboro. Dele se pode dizer... Ah, homem de um raio!!:))
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