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Estou a aprender a ser avó.
De um momento para o outro, mais precisamente nove meses, ganhei novo estatuto. Fez dois anos em Agosto que o meu filho me atribuiu outro papel na sua vida. Ainda não sabia como ser sogra e já estava a ser avó! Em apenas dois anos de experiência, ainda não me sentindo apta, eis que a minha filha decide ajudar-me com uma menina que ainda faz parte de si.
Procuro modelos de inspiração. Uma avó, ainda que seja eu, é uma avó. Para mim, antes de ser avó, no tempo em que era neta, avó era calor, aconchego e, principalmente, histórias de encantar... Sereias, águas longínquas, mundos mágicos, monstros e princesas... sorriso calmo e seguro. Acordar de manhã com a cozinha quente e a cheirar já a almoço, tacho de barro horas ao lume, arroz que nunca mais encontrei, doce de tomate e às vezes de pêssego com pêssego mesmo aos bocados tão bom...
Por acaso, as malhas, o tricot, eram tarefas de mãe deixados para trás os bordados das tardes longas de uma juventude vivida ainda nos anos trinta. Mas os serões eram serões de mães e avós com fios de lã, de linhas âncora, perlé... tecidos de linho ou simplesmente botões para pregar nas calças ou meias para passajar...
E agora, na madrugada deste século XXI que irrompeu tão bruto e arrogante, como posso ser avó? Com trabalho, muito trabalho, sem amigas para passar os serões que já não há, como me reinventar? Porque uma avó tem de ser sempre uma avó!
De um momento para o outro, mais precisamente nove meses, ganhei novo estatuto. Fez dois anos em Agosto que o meu filho me atribuiu outro papel na sua vida. Ainda não sabia como ser sogra e já estava a ser avó! Em apenas dois anos de experiência, ainda não me sentindo apta, eis que a minha filha decide ajudar-me com uma menina que ainda faz parte de si.
Procuro modelos de inspiração. Uma avó, ainda que seja eu, é uma avó. Para mim, antes de ser avó, no tempo em que era neta, avó era calor, aconchego e, principalmente, histórias de encantar... Sereias, águas longínquas, mundos mágicos, monstros e princesas... sorriso calmo e seguro. Acordar de manhã com a cozinha quente e a cheirar já a almoço, tacho de barro horas ao lume, arroz que nunca mais encontrei, doce de tomate e às vezes de pêssego com pêssego mesmo aos bocados tão bom...
Por acaso, as malhas, o tricot, eram tarefas de mãe deixados para trás os bordados das tardes longas de uma juventude vivida ainda nos anos trinta. Mas os serões eram serões de mães e avós com fios de lã, de linhas âncora, perlé... tecidos de linho ou simplesmente botões para pregar nas calças ou meias para passajar...
E agora, na madrugada deste século XXI que irrompeu tão bruto e arrogante, como posso ser avó? Com trabalho, muito trabalho, sem amigas para passar os serões que já não há, como me reinventar? Porque uma avó tem de ser sempre uma avó!
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